Translate

sexta-feira, junho 05, 2015

A PARÁBOLA NARRADA POR, JAMES AGGREY.

UMA BREVE RESENHA do LIVRO A ÁGUIA E A GALINHA , DE LEONARDO BOFF.
________A parábola da Águia e a Galinha Auferiu muitas versões e muitas interpretações, varias publicações foram produzidas no mundo. Na verdade ela é de autoria de Um educador Ganense, James Aggrey, um Paulo Freire para Gana. Aggrey escreveu essa pequena narração sobre uma águia que, criada entre galinhas, não queria voar como um lembrete aos povos Africanos, então sob dominação Europeia. Ele queria mostrar a eles que a riqueza de suas culturas e tradições seguia viva, a despeito da opressão; pretendia redespertá-los para sua grandeza esquecida: seu majestoso destino de águias, e não de submissas galinhas. Uma lição muito bem-vinda, a todos os povos, de todas as épocas e continentes. Aqui no Brasil foi narrada por Leornado Boff, no livro sob o titulo: A Águia e Galinha – uma metáfora da condição humana, publicado pela editora vozes, Petrópolis, RJ: 1997.Vozes. Leonardo Boff é Teólogo (PhD e Filósofo Dr., doutorou-se em Filosofia e Teologia na Universidade de Munique, Alemanha). foi Franciscano e é um dos pais da Teologia da Libertação. Por vários anos esteve à frente do editorial religioso da Editora Vozes. Teve inúmeros conflitos com a Igreja Católica, sendo proibido de dar aulas por um determinado período e a fazer um ano de silêncio( Silêncio Obsequioso) . Mais tarde foi professor de Ética e Filosofia da Religião na UERJ. É autor de mais de sessenta livros ligados à teologia, à filosofia, à espiritualidade e à ecologia. Boff é hoje , o Teólogo Brasileiro , com publicações e livros traduzidos mais lido no mundo. Laureado com muitos títulos , entre eles o o título de 'Doutor Honoris Causa' da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no dia 10 de setembro de 2012, (cuja cerimônia estive presente) e respeitado em outras tradições religiosas. Como escritor,Leonardo Boff diversifica suas obras entre livros de filosofia, teologia, espiritualidade e ecologia. É membro da Comissão da Carta da Terra. desde 2002. Boff Lista com um dos intelectuais brasileiros
No caso de A Águia e A Galinha, a condição humana é grandiosamente explorada e mostrada como uma relevante história que versa sobre possibilidades, limites, aceitação, desejo e o simbólico. Quando uma águia é encontrada na floresta por um camponês, esse a leva com ele e a deixa em um galinheiro. Acreditando que estava cuidando do animal ferido, a deixa junto com galinhas e passa a cria-la como tais. Com o tempo passando e sua nova “rotina” aviária, a águia começa a se portar como uma galinha e seu modo de vida vai sendo alterado, se adaptando, até a chegada de um naturalista que visita o camponês, que discute sobre a condição em que o animal está sendo tratado. Entre a defesa do naturalista de que a águia nunca poderia ter sua natureza alterada e o discurso do camponês sobre aceitação à nova vida de galinha que a ave de rapina foi sujeitada, o livro vai contando sobre a condição instintiva das duas aves e com o passar das páginas, podemos entende um pouco mais sobre como a nossa própria condição humana é retratada a partir das qualidades e essências de cada uma das duas aves. A metáfora contida na narrativa exposta retrata questões de auto-estima, estado de superação e abrange também como cada ser é dotado de particularidades que não podem ser alteradas ou simplesmente suprimidas. Enquanto a águia se encontra em momentos de limitações entre as galinhas, o naturalista e o camponês debatem sobre o que ela pode e consegue fazer. Um acredita veementemente na força instintiva de sua natureza, enquanto o outro rebate esclarecendo que sua natureza não mais lhe pertence. Mas quando uma ocasião de “tudo ou nada” é imposta à sua frente, os olhos da águia se enchem com a claridade do sol e então ela abre suas enormes asas e voa para o céu, soberana de sua realidade e “entendendo” que seu limite está além de um galinheiro junto à outra espécie. Aceitando que é maior do que certas imposições, a águia reaprende que não é uma simples galinha e volta a viver de acordo como o que sua condição basilar lhe concede. Assim é com o homem e sua eterna guerra interna sobre o que consegue ou não, pode ou não, ser ou não ser. Todos podemos tirar conclusões sobre quem somos, de onde viemos, para onde vamos e sempre esses questionamentos nos afligirão em situações que nos encontramos como galinhas oprimidas, mas quando entendemos e percebemos que somos mais e podemos mais, nada pode impedir a natureza de seguir seu curso e evoluir. _Reproduzo parte do texto do Livro a Águia e a Galinha de Leonardo Boff, pagina 40._ “Recusamo-nos a ser somente galinhas. Queiramos ser também águias que ganham altura e que projetam visões para além do galinheiro. Acolhemos prazerosamente nossas raízes (galinha), mas não à custa da copa (águia) que mediante suas folhas entra em contato com o sol, a chuva, o ar e o inteiro universo. Queremos resgatar nosso ser de águias. As águias não desprezam a terra, pois nela encontram seu alimento. Mas não são feitas para andar na terra, senão para voar nos céus, medindo-se com os picos das montanhas e com os ventos mais fortes. Hoje, no processo de mundialização homogeneizadora, importa darmos asas à águia que se esconde em cada um de nós. Só então encontraremos o equilíbrio. A águia compreenderá a galinha e a galinha se associará ao vôo da águia. Na nossa atual humanidade e em nosso planeta, assistimos aos mandos e desmandos dos mais fortes, dos detentores do saber, do ter e do poder, que querem controlar, para nos reduzir a simples galinhas e nos subordinar aos seus interesses, mas é preciso que não aceitemos essa submissão, que rejeitemos os conformismos, os comodismos, porque essa dominação sempre será causadora de muitos sofrimentos à maioria da humanidade diante da pobreza e da exclusão social, por isso é necessário que despertemos a águia que existe dentro de nós para juntos construirmos um mundo melhor, onde todos possam participar e decidir sem omissões, libertando-se da opressão”. <b>Referência Bibliográfica: BOFF, Leonardo. A Águia e a Galinha, a metáfora da condição humana. Pagina 40 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. _A parábola narrada por , James Aggrey._
__Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: - Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha. Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe! Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe havia dito, ela virou galinha! - Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre se mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... E Aggrey terminou conclamando: - Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos . Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.

_________Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário