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sexta-feira, janeiro 28, 2011

FRAGMENTOS




O REQUINTE DE SER GENTE

O humano é sempre o mesmo dentro da complexidade da vida.
Mesmo com as antigas especulações: de onde veio para onde vai, evolução, criação, acaso, ou não? Uma coisa é certa: ele sempre será humano, do jeito humano de ser. O tempo todo será humano, sempre humano, com desejo de sempre ser humano. E quando deixar sua humanidade no cessar de sua existência terrena sua humanidade será lembrada.
Terá saudades dela.
Quem sabe se irá querer ser humano outra vez ?

FELICIDADE.

A felicidade não tem preço, peso, valor, nome, ou cor.
Possui uma realidade presente.
A felicidade do passado se torna saudade.
A felicidade futura virá e será festiva.
A felicidade do presente é igual criança inocente.
A felicidade não depende das circunstâncias favoráveis.
Felicidade é estado de espírito, é aproveitar as oportunidades.
Felicidade é reciprocidade com a vida e harmonia com as circunstâncias e com os eventos que nos trás êxito.
Felicidade é viver a vida sem medo da própria felicidade.



OLHAR POR DENTRO
Quem se dá à chance de se olhar por dentro, se descobre.
Que as pessoas posam se olhar por dentro para se conhecerem um pouco melhor.
Quando permitimo-nos num auto-olhar conhecemos o outro também.
Todavia ninguém pode se auto-olhar com tanta exatidão a não ser por dentro.
Quem se olha por dentro ver o mundo melhor ver as outras pessoas melhor e se torna melhor por que pode se tornar humilde.

O MAL E BEM

Existem e convivem em justa posição um paralelo foi traçado entre os dois.
Um ao lado o outro.
Para equilíbrio das coisas e para equilíbrio da vida.
A vida só é vida porque existem essas duas fontes de energia.

INQUIETAÇÃO
Aplacados pela consciência de que possuímos limites, investirmos no transcendente e no metafísico para acalmarmos o turbilhão impetuoso que abriga nosso ser no sentido de querer encontrar resposta ao significado de quem somos.


A VOZ DO INTERIOR

Vivemos a vida, circundados por muitas falas, as quais estão contidas nas coisas, e em todas as partes. Tudo nos comunica uma mensagem.
Diferente do que pensamos a mensagem não vem de fora do exterior. Vem do interior, é com o intimo que escutamos as vozes das coisas e é também por ele que fazemos a leitura da vida.
A extraordinária força da vida faz com que superemos todos os obstáculos contidos nela ou boa parte deles.


Não existe predestinação para a miséria, a miséria é uma conseqüência da injustiça social.

Ser humano nenhum precisa de permissão para viver e para ser si mesmo.

Somos seres nascidos para o usufruto da liberdade sem liberdade não há vida com a ausência da liberdade o caos está instaurado.

As crises das relações humanas na historia se dão em função de que o próprio ser humano está estruturalmente embasado em crise interior.

Todo ser humano vive num processo interminável de educação.

A libertação é um ato continuo.

Não é ético ter recursos e deixar quem precisa passar necessidades.

Somos atores de nossa própria historia e condicionados a mesma historia.

O homem como ser histórico, figura e configura sua própria historia.

O está na vida é um ato de gratuidade.

O novo homem não nascerá da superação de sua velha natureza, mas da transformação da velha estrutura.

Cada ser humano tem uma breve passagem como gente dentro da historia.

O conduzir o nosso olhar para realidade que estamos integrados de um modo não convencional e além do pragmático instituído; é um ato de fé e de mística.

Não me conformo com respostas prontas elaboradas de cima para baixo, tenho que desconfiar, questionar, refletir até eu mesmo admitir o que seja certo ou errado por mim mesmo.

Considero o pensar como uma obra de arte. Cada ser humano tem o direito de fazer uso da tela das palavras para poder pintar o quadro dos seus próprios pensamentos. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

EPÍSTOLA PREAMBULAR (De Giordano Bruno)

PARA ILUSTRÍSSIMO

SENHOR MICHEL DE CASTELNAU

Se eu, ilustríssimo Cavaleiro, manejasse o arado, apascentasse um rebanho, cultivasse uma horta, remendasse um fato, ninguém faria caso de mim, raros me observariam, poucos me censurariam, e facilmente poderia agradar a todos. Mas, por eu ser delineador do campo da natureza, atento ao alimento da alma, ansioso da cultura do espírito e estudioso da atividade do intelecto, eis que me ameaça quem se sente visado, me assalta quem se vê observado, me morde quem é atingido, me devora quem se sente descoberto. E não é só um não são poucos, são muitos, são quase todos. Se quiserdes saber por que isto acontece, digo-vos que a razão é que tudo me desagrada, que detesto o vulgo, a multidão não me contenta, e só uma coisa me fascina: aquela, em virtude da qual me sinto livre em sujeição, contente em pena, rico na indigência e vivo na morte; em virtude da qual não invejo aqueles que são servos na liberdade, que sentem pena no prazer, são pobres na riqueza e mortos em vida, pois que têm no próprio corpo à cadeia que os acorrenta, no espírito o inferno que os oprime, na alma o erro que os adoenta, na mente o letargo que os mata, não havendo magnanimidade que os redima, nem longanimidade que os eleve, nem esplendor que os abrilhante, nem ciência que os avive. Daí sucede que não arredo o pé do árduo caminho, por cansado; nem retiro as mãos da obra que se me apresenta, por indolente; nem qual desesperado, viro as costas ao inimigo que se me opõe, nem como deslumbrado, desvio os olhos do divino objeto: no entanto, sinto-me geralmente reputado um sofista, que mais procura parecer subtil do que ser verídico; um ambicioso, que mais se esforça por suscitar nova e falsa seita do que por consolidar a antiga e verdadeira; um trapaceiro que procura o resplendor da glória impingindo as trevas dos erros; um espírito inquieto que subverte os edifícios da boa disciplina, tornando-se maquinador de perversidade.
Oxalá, Senhor, que os santos nomes afastem de mim todos aqueles que injustamente me odeiam; oxalá que me seja sempre propício o meu Deus; oxalá que me sejam favoráveis todos os governantes do nosso mundo; oxalá que os astros me tratem tal como à semente em relação ao campo, e ao campo em relação à semente, de maneira que apareça no mundo algum fruto útil e glorioso do meu labor, acordando o espírito e abrindo o sentimento àqueles que não têm luz de intelecto; pois, em verdade, eu não me entrego a fantasias, e se erro, julgo não errar intencionalmente; falando e escrevendo, não disputo pelo amor da vitória em si mesma (pois que todas as reputações e vitórias consideram inimigas de Deus, abjetas e sem sombra de honra, se não assentarem na verdade), mas por amor da verdadeira sapiência e fervor da verdadeira especulação me afadigo, me apoquento me atormento. É isto que irão comprovar os argumentos da demonstração, baseados em raciocínios válidos que procedem de um juízo reto, informado por imagens não falsas, que, como verdadeiras embaixadoras, se desprendem das coisas da natureza e se tornam presentes àqueles que as procuram, patentes àqueles que as miram, claras para todo aquele que as aprende, certas para todo aquele que as compreende. Apresento-vos agora a minha especulação acerca do infinito, do universo e dos mundos inumeráveis.

Excerto do livro: ACERCA DO INFINITO, DO UNIVERSO E DOS MUNDOS
Giordano Bruno-1548-1600

Liberdade – Cecília Meireles.

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade!". Nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade! - abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos - brilhou no céu da Pátria..." - em certo instante.
Somos, pois criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre - como diria o famoso conselheiro... - é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo que partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autônomo e de teleguiado - é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Supondo que seja isso.).
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sono das crianças deseja ir. (Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...).
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!...
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!...
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos - linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...

terça-feira, janeiro 11, 2011

Pensar é Necessário


para se ter a certeza de que somos uma ex-istência dentro da existência.
O pensamento é a própria expressão da essência humana e eles exteriorizados revelam quem somos. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Pensar é Criar




O pensador quer suscitar sempre uma nova concepção da realidade que o cerca. Não é essa a função do pensador? Expor pela articulação do pensamento o refletir a existência de um modo diferente. Ter novos horizontes, buscar novas expectativas de vida e compartilhar com outros suas idéias. No pensar está o desejo da compreensão das coisas; tanto das objetivas e subjetivas que estão diante de nós, e os interpretar.
Não importa o resultado, o fundamental é exercer a capacidade do pensamento. Existimos em um mundo abarrotado de pensamentos e de conceitos herdados por outros que são tidos em grande parte como legítimos e verdadeiros. Prosseguirmos repetindo o que nos foi ensinado sem questionar. Porém, os valores e as certezas se transformam de lugar para lugar, ou de uma ocasião histórica para outra situação também histórica. O deleite do pensador é dissolver estas convicções e abrir novos horizontes pensando em torno de perspectivas novas e originais. Não raro ouvimos as seguintes questões: O que é a vida, qual é minha função nela? São perguntas que todo homem, em algum momento, na vida faz a si mesmo. Pensar é também procurar essas respostas. A busca somente tem início quando estamos perplexos com alguma coisa e almejando respostas para aquilo que queremos conhecer. A busca pelo conhecimento nasce quando nos damos conta da nossa fragilidade e da nossa ignorância diante da existência e do mistério da vida. Pensar é buscar compreender o segredo que nos cerca: De onde vim? Para onde vou? Quem eu sou? Porque isso ou aquilo? Cada vez que nos questionamos, estamos esquadrinhando pelo pensamento avaliando nós mesmos e o mundo que estamos inseridos. Sócrates, dizia: "Só sei que nada sei". Buscamos pelo pensamento o conhecimento, das coisas porque não sabermos exatamente tudo. Todo pensamento nessa perspectiva é uma tentativa de interpretar, o real. Uma forma de pensar não é mais correta do que outra. Sua função e servir para abertura novos conhecimentos. Olhar as coisas julgá-las por dentro e por fora está é a condição do pensamento (examinar).
Duvidar das certezas, não aceitar o que já vem pronto, se admirar com a vida.
Essa liberdade pensante é que faz de nós sujeitos históricos.

Monte Castelo de Renato Russo




Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...

O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...

É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...

Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...

sábado, janeiro 01, 2011

Disfarce de HOMEM

Observo a vida disfarçado de homem, porque não passo de um menino...
Engraçado, que me tornei homem, Mas não me perdi de ser menino. Ah! Minha coleção de figurinha de super heróis! Recordo-me dos campinhos onde jogávamos as peladas no crepúsculo do sol! Lembranças de meu carrinho de rolimã! Saudades das broncas da mamãe: Vai lavar as mãos pra comer menino “... Rsrsr
E o papai? “Deixa olhar teus cadernos”...
(Ele era professor, também)...




Lembro-me ainda, sentado a grama do quintal com meus irmãos, olhando as estrelas do céu num subúrbio do Rio de Janeiro! Recordações de infância que ficou pra trás, onde pouco chorei. Agora que sou homem conheço sobre a natureza dos homens.Pensei que quando me tornasse homem seria forte como os super Heróis...Foi quando descobri as aflições, os enfrentamentos e as angústias de ser homem E refletindo nisso,

lembrei-me da música Guerreiro Menino (um Homem Também Chora) de Fagner Um homem também chora
Também deseja colo
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura.Se esse homem deseja tais coisas, significa que o menino que mora nele não cresceu por isso o disfarce de homem?Há! Essa barra dura de viver... Há! Essa coisa de ter que viver hipocritamente observando a vida como homem, Vou lhes contar meu segredo... não passo de um menino, disfarçado de HOMEM observando a vida.

Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.