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sábado, fevereiro 08, 2014

“O aspecto do discurso sobre o eu” Em Wittgenstein


O limite de minha linguagem significa o limite de meu mundo, ou seja, eu sou o meu mundo. Esse eu sou eu, quanto sujeito metafísico, que não está no mundo, mas que é o limite do mundo. Sou o eu como sujeito transcendente e que se manifesta no mundo. O mundo só é enquanto mundo de um sujeito. O eu como limite do mundo não pode ser representado pela linguagem, pois está fora do mundo. A linguagem não pode figurá-lo. Entretanto, mesmo que não possa ser apresentado pela linguagem, isso não quer dizer que ele não exista. A linguagem não pode conceber aquilo que é sua condição, pois teria de sair da própria linguagem. A partir desse conceito podemos fazer uma relação com a ideia de sujeito. O sujeito não pode estar no mundo, porque é condição de possibilidade da linguagem, por isso Wittgenstein dirá que ele o (eu) é o limite. O mundo só é para o sujeito que o representa. Por isso, o eu entra na filosofia através da ideia de que o mundo é meu mundo. Wittgenstein se utiliza da metáfora do olho e do campo visual. “Você diz que tudo se passa aqui como no caso do olho e do campo visual. Mas o olho você realmente não vê. E nada no campo visual permite concluir que é visto a partir de um olho” Assim, o eu se apresenta nas figurações. São as figurações da linguagem que delimita a totalidade do meu mundo. O meu mundo delimita assim a linguagem. No meu eu falo apenas é algo que não se pode dizer, mas que se mostra. Que o mundo seja meu mundo é o que se mostra nisso: os limites da linguagem a linguagem que, só ela, eu entendo significam os limites de meu mundo. O fato de o mundo ser sempre meu mundo é a minha compreensão para entender o eu, que não pode ser dito pela linguagem, mas mostra-se nela. Os limites da linguagem são os limites do meu mundo. O mundo é sempre meu mundo, aquele que eu represento. A linguagem que ele representa só eu entendo e significa o limite de meu mundo. Para além daquilo que não posso significar como mundo, já, não há mais mundo.

Resenha: Separação Entre História “RACIONAL” E HISTÓRIA “BELETRISTA” De Antonio Paulo Benatti.


A HISTORIA RACIONAL A produção e reflexão sobre a narrativa histórica são feitas pelo historiador, com elementos de informação, investigação, pesquisas, crítica e analises. O documento histográfico é um arquivo pronto não é uma alegoria, ou um conto poético. Levando em conta que o relato historiográfico é um método cientifico sua estrutura tem que ser racional. A historia racional se determina sobre um discurso válido, com base em princípios apropriados, com procedimentos investigativos, olhares analíticos, coerentes e lógicos ao momento de sua produção. Ainda certos procedimentos teóricos da narração histórica, como o uso de testemunhas, por exemplo. Quais dão um maior grau de veracidade a narrativa. A historia é um registro de ações que se perpetua como um saber. Sendo assim, sua narração tem que fundamentar num método racional, com relatos verdadeiros, racionais sem ambigüidades. Graça ao iluminismo, essa atitude do uso universal da razão é lançada no processo da narração e produção historiográfica. Por falar em iluminismo o filosofo, e historiado Voltaire, colabora afirmando e definindo que a narrativa histórica tem que ser feita de um modo racional. Nesse sentido Voltaire é bastante contundente, em sua concepção é necessário aumentar à cientificidade da história excluindo todos os resíduos do fantasioso, já diretamente relacionados com a fábula, a ficção, a poesia, a arte, a religião. “A historia é narração dos fatos considerados verdadeiros, ao contrário da fabula, narração de fatos falsos”. Bradou Voltaire. “Voltaire inaugura uma espécie de historiografia filosófica inseparável de uma filosofia da historia que via no devir da humanidade o lento e inevitável uso da razão” Paulo Benatti. A razão agora tem que está na ciência da historiografia, a racionalidade põe objetividade, esclarecimento e emoldura o processo cientifico historiográfico. O desenvolvimento da razão por meio do uso do processo científico dar acesso a um válido entendimento historiográfico. A história agora é entendida como um progresso do uso da razão e passa a ser escrita através do uso de métodos científicos, os quais passam ser críticos da narrativa histórica. A HISTORIA BELETRISTA É a separação entre Historia Racional e a Historia Beletrista . Estamos no século XVIII; o método cientifico agora é modernizado e está em oposição com a ciência das letras. A veridicidade da narração histórica é buscada nos documentos, estes se tornam provas apropriadas dos fatos narrados. A oposição do real a fantasia a objetividade à subjetividade, o verdadeiro ao belo. Além disso, se busca a eliminação da subjetividade e o distanciamento dos objetos para assim produzir uma nova visão. Agora a exposição dos fatos deve ser objetiva porque os verdadeiros sábios não desejavam ser lidos (subjetividade), mas apenas contribuir para o patrimônio científico da humanidade (objetividade). O intuito era o de retirar da história qualquer resquício de literatura para fazer dela uma simples descrição cronológica dos fatos, sem imaginação, sem interpretação, sem emoção, sem humano. O que observamos no século XX é uma forte oposição a esse positivismo quadrado, o centro da discussão não estava mais em torno da liberdade imaginativa ou a beleza da escrita, mas na ingenuidade da história factual. Assim, buscou-se uma história que tratasse o passado com maior amplitude e profundidade, mais atenta não aos acontecimentos, mas às estruturas, às conjunturas, sociais, políticas, econômicas, demográficas, dentre outras. A oposição se deu principalmente em duas frentes, os historiadores vinculados a escola dos Annales e os mais próximos à vertente marxista. Opõe O que observamos no século XX é uma forte oposição a esse positivismo quadrado, o centro da discussão não estava mais em torno da liberdade imaginativa ou a beleza da escrita, mas na ingenuidade da história factual. Assim, buscou-se uma história que tratasse o passado com maior amplitude e profundidade, mais atenta não aos acontecimentos, mas às estruturas, às conjunturas, sociais, políticas, econômicas, demográficas, dentre outras. A oposição se deu principalmente em duas frentes, os historiadores vinculados a escola dos Annales e os mais próximos à vertente marxista. Mas como se não bastasse essa visão limitada e pobre do que é a história alguns positivistas foram ainda além, já no final do século XIX Charles Victor Langlois e Charles Seignobos propuseram a supressão da bela escrita na História, para eles a exposição dos fatos deveria ser objetiva e simples porque os verdadeiros sábios não desejavam ser lidos (subjetividade), mas apenas contribuir para o patrimônio científico da humanidade (objetividade). O intuito era o de retirar da história qualquer resquício de literatura para fazer dela uma simples descrição cronológica dos fatos, sem imaginação, sem interpretação, sem emoção, sem humano. O que observamos no século XX é uma forte oposição a esse positivismo quadrado, o centro da discussão não estava mais em torno da liberdade imaginativa ou a beleza da escrita, mas na ingenuidade da história factual. Assim, buscou-se uma história que tratasse o passado com maior amplitude e profundidade, mais atenta não aos acontecimentos, mas às estruturas, às conjunturas, sociais, políticas, econômicas, demográficas, dentre outras. A oposição se deu principalmente em duas frentes, os historiadores vinculados a escola dos Annales e os mais próximos à vertente marxista. As diversas diferenciações entre os dois grupos de a produção feitos pelo autor parecem nos conduzir a uma oposição que na essência é entre os que buscam relatos mais verdadeiros e racionais e os que acabam por misturar na escrita na escrita à subjetividade, a emoção, a imaginação; entre aqueles que buscam as causas explicativas e aqueles que simplesmente narram sem o intuito de objetividade tal como concebe a ciência. Para salientar tal diferenciação e chegar ao ponto que deseja, (a crise dos modelos explicativos e o retorno de diversas questões à historiografia) Na linguagem vulgar, dá-se o nome de história a narrações fictícias ou de fatos duvidosos e desfigurados pela imaginação popular. A História, entretanto, como ciência, só cogita dos acontecimentos a cujo respeito não se têm dúvidas. Paulo Benatti expõe uma curta história dessa filosofia racionalizante desde os gregos até o positivismo. Há uma quebra parcial dessa tradição a partir dos Annales que questionam a escola metódica, mas que ainda pretendem atribuir um estatuto científico à disciplina da História. A ruptura definitiva, segundo o autor, começa bem mais recentemente a partir da crise dos modelos explicativos e das filosofias que os legitimavam levando a descrença em relação à objetividade do discurso científico e ao questionamento de pressupostos tidos como verdadeiros e que estavam até então naturalizados. Pode-se dizer, seguindo o caminho traçado por Benatti, que toda a discussão gira em torno de uma questão central e já bastante naturalizada no pensamento ocidental: a oposição bipolar entre razão e emoção. Feita essa diferenciação inicial foi construída em torno dela toda uma série de conceitos e estereótipos de interpretações das pessoas e do mundo. Não é por acaso que já na Grécia antiga Aristóteles nos dá as regras do jogo, para ele a história descreve o que aconteceu e a poesia o que poderia ter acontecido, ou seja, enquanto uma trata da verdade a outra apenas imagina. Heródoto na mesma Grécia já iria definir alguns procedimentos teóricos da narrativa histórica, o uso de testemunhas, por exemplo, dão um maior grau de veracidade ao relato.
Em época mais recente o iluminismo vai salientar essa dicotomia através da atribuição de valores de exaltação à racionalidade e de depreciação da emotividade. Nesse sentido Voltaire é bastante representativo do período, para ele era necessário aumentar à cientificidade da história expulsando todos os resíduos do fantasioso, já diretamente relacionados com a fábula, a ficção, a poesia, a arte, a religião. Segundo esse autor só o desenvolvimento da razão através do uso do método científico nos daria acesso ao verdadeiro entendimento. A história deveria então ser entendida como um progresso da razão e ser escrita através do uso de métodos científicos, os quais são a crítica da documentação e a busca por leis explicativas do mundo humano. No século XIX os historiadores vão além e radicalizam o método científico e suas oposições com a literatura. A verdade histórica deveria sempre ser buscada nos documentos, estes seriam as verdadeiras provas dos fatos narrados, além disso, seria necessário buscar a omissão da subjetividade e o distanciamento dos objetos para assim produzir uma visão pura conforme revelado nas fontes. Mas como se não bastasse essa visão limitada e pobre do que é a história alguns positivistas foram ainda além, já no final do século XIX Charles Victor Langlois e Charles Seignobos propuseram a supressão da bela escrita na História, para eles a exposição dos fatos deveria ser objetiva e simples porque os verdadeiros sábios não desejavam ser lidos (subjetividade), mas apenas contribuir para o patrimônio científico da humanidade (objetividade). O intuito era o de retirar da história qualquer resquício de literatura para fazer dela uma simples descrição cronológica dos fatos, sem imaginação, sem interpretação, sem emoção, sem humano. O que observamos no século XX é uma forte oposição a esse positivismo quadrado, o centro da discussão não estava mais em torno da liberdade imaginativa ou a beleza da escrita, mas na ingenuidade da história factual. Assim, buscou-se uma história que tratasse o passado com maior amplitude e profundidade, mais atenta não aos acontecimentos, mas às estruturas, às conjunturas, sociais, políticas, econômicas, demográficas, dentre outras. A oposição se deu principalmente em duas frentes, os historiadores vinculados a escola dos Annales e os mais próximos à vertente marxista. Os Annales apesar das muitas rupturas em relação à produção do século XIX ainda possuíam diversos pontos de continuidade em relação à tradição racionalista dos iluministas. Por um lado rejeitaram grande parte dos dogmas científicos então vigentes, questionaram a veracidade do documento, fizeram uma análise crítica da possibilidade de omissão da subjetividade na produção do saber, condenaram o tempo curto, unilinear e superficial, e mostraram que a história é muito mais complexa e plural do que pretendia o positivismo. Por outro lado ainda esforçam-se por retirar de sua produção a lenda, a retórica e os pressupostos naturalizados para a construção de um saber mais verdadeiro ou no mínimo funcional. Entre a percepção das diversos problemas que impedem o discurso objetivo e verdadeiro do historiador e a resistência na tentativa de manter uma produção histórica racional e funcional os teóricos dos Annales optaram situar a história numa posição ambígua de semi-ciência, como que estando ainda em processo de construção. Daí, suponho, advém a complexificação e problematizarão da história feita pelos Annales, ela ainda deveria colocar problemas e formular hipóteses, mas agora com base em inovadores métodos e técnicas de pesquisa. A interdisciplinaridade seria agora indispensável, a crítica ao documento mais apurada e o tempo visto não como progressivo e linear, mas como múltiplo e complexo. O marxismo também condenou a história tradicional, condenaram também a ingenuidade da história factual e acontecimental para afirmar a si mesmo como o verdadeiro método cientifico de produção. O positivismo não seria suficientemente racional quanto às propostas de Karl Marx. Os acontecimentos não deveriam ser atribuídos as causas políticas imediatas como queriam os metódicos, mas através de uma explicação dialético-materialista atenta às relações entre base-superestrutura. Desse modo Antonio Paulo Benatti identifica tanto no marxismo como na escola dos Annales uma continuidade em relação aos ideais científicos do século XIX que perdurará até os anos 80. Apesar de toda ruptura manteve-se certa tradição na ordem do discurso na oposição entre ciência histórica e o romance, conservou-se uma pretensão em integrar a história no modelo supostamente neutro e objetivo das ciências naturais através do rigor nos métodos de investigação, no documento como prova, na tentativa de pelo menos amenizar a subjetividade no discurso através do estudo das estruturas mais profundas que articulam o passado, e dando sempre ênfase ao conteúdo e não a forma que sustenta a própria narrativa. O intuito ainda era o de afastar a história da ficção assegurando a ela um rigor acadêmico. Mas já em 1979 o historiador Lawrence Stone identificou uma crise nesses modelos de ciência a qual a história tentou converter-se a partir da década de 30. A tendência que ele verificou e que continua em processo ainda hoje é o declínio dos modelos explicativos deterministas e estruturais, certa desilusão por parte dos intelectuais com mudanças políticas profundas e maior diversificação do estudo através do diálogo com outras áreas do saber e uma preocupação maior em ampliar o público leitor. Tais fatores teriam levado segundo Stone, ao retorno da narrativa na escrita da história. A crítica que Paulo Benatti levanta a esse tipo de argumentação nos remete a questões mais amplas do debate atual acerca da história. A questão não é o retorno da narrativa como forma de produção textual em oposição ao saber mais racional e sistemático, o fato é que toda escrita histórica sempre foi uma narração, nunca houve uma verdadeira objetividade científica e assim um abandono da forma de produção literária porque toda escrita é uma prática cultural que trabalha com a lógica própria da sociedade em que está contido. Desse ponto de vista, a ciência não está por fora e acima das relações de poder que opera na sociedade, mesmo ela, apesar de toda racionalidade pretendida, fala a partir de métodos retóricos que lhe são próprios, de determinado ponto de vista no jogo de relações da sociedade. Dessa forma pode-se dizer que nunca houve de fato um abandono da narrativa, mas o engano de muitos que ao pensarem estar falando de determinado centro nunca saíram de seu próprio ponto de vista (que não se enganem também os pós-modernos). A noção de objetividade na produção acadêmica é se seguirmos essas linhas, um principio construído historicamente. Da mesma forma podem-se questionar as oposições binárias que trouxemos de herança nessa longa duração, será que de fato a forma se oporia ao conteúdo? A ciência seria mesmo contrária a imaginação e a arte? A razão seria superior a emoção? O que essa pós-modernidade traz, ou pretende, não é a valorização de um dos lados em detrimento do outro, mas questionar a própria noção de oposição na qual nossa sociedade se fundamenta, quer questionar a própria existência da bipolaridade, pois esta concebe a existência de um centro e periferia enquanto o que a pós-modernidade prega é mais relativo, múltiplo, diverso e subjetivo. Existem múltiplas formas de conhecimento e de produção cultural dos sentidos que não precisam ficar presas às estruturas hierárquicas de nossa sociedade. Nessa mesma linha a literatura não é reflexo do real, mas um gesto fundador de significado, produtor de sentido, e aqui está o lado inventivo da escrita. Considerando a inexistência de centro e de uma verdade a qual se almeja alcançar a diferença entre o real e a imaginação na escrita é desfeita, pois tudo pode ser considerado então não a verdade em si como em reflexo, mas uma interpretação subjetiva e construtora de um sentido que lhe é próprio.
As principais criticas dessas novas linhas teóricas vieram do marxismo, vários intelectuais da “grande teoria” viram a pós-modernidade como alienação política, supondo ser essa forma de pensamento aliada da burguesia. De fato esses argumentos são muito fracos e não trouxeram resistência alguma a essa nova forma de se pensar a história, pois essa relativiza os próprios pressupostos inicial do marxismo. Será que realmente a disputa pelo poder se resume em uma oposição entre burguesia e proletariado? Para Paulo Benatti essa é uma lógica simplista que exclui a diversidade, na verdade a questão do poder e da política é muito mais ampla, pois como argumenta o autor o poder é algo pulverizado por todos os lugares, não é algo que se domina, mas que perpassa a todas as relações, não é unitário, mas plural, estando presente nos mais finos mecanismos e intercâmbio social. A própria linguagem contém o poder, ela constitui e é constituída pelo poder, e ai está o papel da história que na maior parte das vezes foi escrita para sustentar o discurso de determinada elite ou determinado grupo. Os historiadores são uma espécie de sacerdotes da memória cujo discurso é fundamental nessas relações de saber-poder. A história tende agora ainda mais a forma literária e sob alguns aspectos ao conteúdo ficcional devido à crítica da própria linguagem e do uso que dela se fez nas relações entre a produção escrita do passado e os poderes concorrentes do presente. Toda escrita é necessariamente política, saber e poder são indissolúveis na escrita, assim o saber histórico se tornará superficial se não se voltar ao aspecto político de toda escritura. Nesse sentido, não há dúvida, independente do que se pense ou faça, a história continuará levando adiante um engajamento político. Segundo Benatti hoje o historiador é chamado a participar mais efetivamente no jogo político e cultural de sua sociedade. Com o fim da busca científica e racional da história é possível tornar a escrita mais acessível ao grande público. O tempo presente possui novas demandas e exige novas respostas a novos problemas, é necessário buscar novas soluções pois não existem mais as regras imutáveis para se escrever a história, elas foram e são invenções, a história de agora em diante será o que os historiadores fizerem dela. Nós devemos saber agora nos desligar mais do cientificismo para poder explorar novos horizontes, novos olhares sobre os objetos e também transmitir isso através da escrita. Há riscos, sem dúvida, mas é a superação desses que nos leva a novos patamares, como diz Benatti “a possibilidade de uma escrita livre é inseparável da ousadia de um pensamento livre”. Apenas não se deve dar as costas aos problemas do presente e sempre estar atento a multiplicidade e descontinuidade do passado, sabendo que toda escrita é falível, parcial, um ensaio, uma tentativa. O historiador deve também saber expressar uma boa dose de sentimentos ao texto através de uma escrita leve e bela tal como faz a literatura, o prazer em ler é fundamental. Enfim, deve-se buscar “uma história que seja a descrição das dispersões e uma ontologia de nós mesmos, que opere a desconstrução das sínteses historicamente constituídas na cultura”, para essa nova etapa a narração torna-se uma exigência para a própria manutenção da vitalidade da história.