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sexta-feira, agosto 17, 2012

Não Nascemos Prontos ! de Mário Sérgio Cortella


Provocações Filosóficas


(Do livro Não nascemos prontos! – provocações filosóficas. De Mário Sérgio Cortella
Petrópolis,RJ: Vozes, 2006)


O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a idéia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente.
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”...

Está faltando espanto!

Começos do Terceiro Milênio! Profusão exuberante de tecnologia, patamares científicos inéditos, resultados econômicos estrondosos, produção magnífica de bens de consumo. Olhando só para as conquistas, tudo é superlativo!
Nos últimos 50 anos tivemos mais desenvolvimento inventivo do que em toda a história anterior da humanidade; em outras palavras: aceitando a hipótese de que há aproximadamente 40.000 anos somos homo sapiens sapiens, apenas nas 5 décadas mais recentes acumulamos mais estruturas de conhecimento e intervenção no mundo do que em todos os 39.950 anos anteriores.
A cada dia nos deparamos com novas invenções, novos produtos, novos modos de fazer e interpretar; em cada um desses dias precisamos nos acostumar com as novidades, aprender a lidar com elas e, mais do que tudo, acabamos por nos submeter ao ritmo que elas impõem. De alguma maneira, essa overdose da novidade induz a uma certa insensibilização dos sentidos e dos sentimentos, de modo que se acaba por considerar todo esse redemoinho cotidiano como sendo corriqueiro e “normal”.
Parece até que uma nova e tácita norma social despontou: fica proibido manifestar admiração exagerada ou rejeição camuflada pela existência de produtos resultantes das robustas vitórias da racionalidade técnica e mercantil. Se, até há pouco, o pedantismo consumista se encarnava na posse de bens diferenciais (“Eu tenho isto e você não tem; então, sou melhor que você”), agora, mudou o foco. A superioridade daqueles que já têm de tudo se expressa não mais na posse de um objeto, mas, antes, na simulação de que tal objeto é familiar e, mais ainda, de uso corriqueiro no dia-a-dia. Afinal, surpreender-se com a invenção de algo (“Você ainda não conhece?”) seria indício de desatualização informativa; já a rejeição do uso (“Você ainda não utiliza?”) sinalizaria arcaísmo mental e uma senil pré-modernidade.
Essa é uma imensa confusão entre o disponível e o supérfluo. Não é à toa que Eurípedes, o magistral tragediógrafo grego do século 5 a.C., vivendo num período de extensa abundância de recursos exclusivos para as elites (tal como hoje, entre nós) tenha perguntado: “O que é a abundância? Um nome, nada mais; ao sensato basta o necessário”.
A sensatez de muitos está curvando-se ao tresloucado modismo tecnólatra que, como ponto de partida, incorpora procedimentos autoritários e imperativos (até fascistas), subordinando a liberdade de escolha a uma compulsão irrefletida. O pensador francês contemporâneo Roland Barthes, mais conhecido fora do mundo acadêmico por ter escrito Fragmentos de um discurso amoroso - e que, a propósito, produziu um ensaio demolidor de certezas chamado O siatema da moda -, alertou-nos para o fato de que “o fascismo não é impedir-nos de dizer, é obrigar-nos a dizer”.
A questão não é, de forma alguma, abandonar a tecnologia e seus resultados positivos; isso seria uma estupidez. O que não se pode perder, porém, é a capacidade de ficar espantado; essa perda nos leva a achar tudo muito óbvio e rotineiro, impedindo a admiração que conduz à reflexão criadora. É o famoso (e ambíguo) “parar para pensar” e, claro, admirar.
É necessário não menosprezar a atitude inovadora daqueles que, como as crianças, ainda se admiram que as coisas sejam como são, em vez de fingir que espantoso seria se não fossem assim...

Cuidado com a tacocracia...

Se você não se cuidar, a tacocracia vai te pegar!
Os antigos gregos, avós da cultura ocidental, quando usavam o termo tákhos (rápido) para expressar uma característica ou a qualidade específica de algo, não poderiam imaginar que um dia seus herdeiros fôssemos capazes de escolher a velocidade como o principal critério de qualidade para as coisas em geral.
Estamos próximos, muito próximos, de uma tacocracia, na qual a rapidez em todas as áreas aparece como um poder quase despótico e como exclusivo parâmetro para aferir se alguma situação, procedimento ou relação serve ou não serve, é boa ou não.
A pressa não é mais inimiga da perfeição? Devagar não se vai mais ao longe? Há, ainda, algum valor que possa ser atribuído a algo que demora um pouco mais para ser feito, fruído ou conquistado?
Não; não temos mais tempo! Cada dia levantamos mais cedo e vamos dormir mais tarde, sempre com a sensação de que o dia deveria ser mais extenso ou não soubemos nos organizar direito. Nem o relógio olhamos mais para ver que horas são, mas, isso sim, para verificar “quanto falta”. É essa urgência de visualizar o intervalo espacial entre os ponteiros que fez, por exemplo, com que os relógios de pulso digitais não obtivessem sucesso duradouro, pois precisam ser lidos, em vez de apenas percebidos de relance; hoje, só os usam os que têm algum tempo sobrante para fazer cálculos.
Vai demorar para ficar pronto? Vou demorar para aprender isso? A conexão é demorada? A leitura desse livro é demorada? A visita ao museu é demorada? O culto é demorado? Aprender a tocar este instrumento é demorado? Cuidar mais do corpo é demorado? Demora para fazer esta comida? Então, não posso querer.
Será um exagero pensar que estamos sendo invadidos pela tacocracia? Bem, lembremos somente uma situação modelar: a alimentação.
Embora esta seja uma das maiores fontes de prazer e convivência para a nossa espécie, querem que eu, o tempo todo (em vez de ser opção eventual), procure um tipo de comida em função da qual não precise pensar muito para selecionar - posso numerá-la, no lugar de nomeá-la - e, claro, não espere além de um minuto para recebê-la.
Ademais, essa comida deve ter uma consistência que me permita dispensar o trabalho de mastigar muito, podendo comê-la com as mãos, após ser tirada do interior de um saco de papel. O melhor de tudo é que eu consiga fazer isso sentado em fixos banquinhos desconfortáveis (diante de incômodas mesas) ou, como ápice civilizatório, dentro do carro, enquanto dirijo.
É prático, sem dúvida. Mas, é bom? Possibilita que eu ganhe tempo, mas, o que faço com o tempo que ganho? Vou desfrutar mais lentamente outras coisas ou continuo correndo?
Tem alguma coisa errada nessa turbinação toda.
Afinal, para além dos gregos que traímos, vamos pelo menos respeitar os latinos, para os quais curriculum vitae significava o percurso da vida, e não a vida em correria...

Descanse em paz?

Em uma de suas cartas, o romancista Gustave Flaubert escreveu: “Que grande necrópole é o coração humano! Para que irmos aos cemitérios? Basta abrirmos as nossas recordações; quantos túmulos!”
Uma visão quase amarga como essa coube muito bem no século retrasado e, até há pouco, ainda tinha alguma vitalidade; agora, nas nossas pós-modernas e alvoroçadas épocas, estamos perdendo parte da capacidade de abrir as recordações, mesmo as tumulares. Hoje, a velocidade inclemente do cotidiano não nos oferece tempo para recordações muito duradouras; se estamos com pouco tempo para cuidar da vida, menos ainda nos sobra para cuidar da morte.
Não temos tempo! Houve uma época na história humana (e não faz muito) na qual, quando um dos nossos morria, parávamos tudo o que estivéssemos fazendo; o trabalho, ou o que mais fosse, era interrompido, e, se preciso, faziam-se longas viagens, até noturnas (sem os rápidos aviões, carros e boas estradas atuais), mas, não deixávamos de, velando os partintes, cuidar dos ficantes.
A humanidade houvera compreendido que, se com a morte não nos conformamos, ao menos nos confortamos, nos fortalecemos em conjunto, nos apoiamos. As pessoas ficavam, às vezes por um dia e uma noite, em volta da família, aglomerados, grudados, exalando solidariedade e emoção, orando e purgando lentamente o impacto, mostrando aos mais próximos que não estavam sozinhos na perda.
Ora, um dos mais fortes indícios da presença humana é o cuidado com os mortos; as mais antigas manifestações de formação social, quando as localizamos, o fazemos por intermédio de túmulos, inscrições, ossos agrupados ou corpos enterrados ou cremados. É sinal de humanidade não se conformar com a morte e, portanto, buscar vencer simbolicamente o que parece ser invencível. A própria palavra cemitério (derivada do grego), usada em vários idiomas, significa lugar para dormir, dormitório, lugar para descansar. Deixar esvair essa marca é extremamente perigoso, pois não propicia a especial ocasião de meditar sobre a vida e, eventualmente, descansar em paz.
Deixamos de velar (no sentido de tomar conta, cuidar) para velar (como cobrir, ocultar, esquecer, apagar).
Não temos mais tempo! Se recebemos a notícia de que algum conhecido faleceu, olhamos o relógio e pensamos: “vou ver se dou uma passadinha lá...”; alguém morre às 10 horas da manhã e, se der, será enterrado até as cinco da tarde, de maneira a, em nome do “não sofrermos muito”, sermos mais práticos e rápidos. Nem as crianças (já um pouco crescidas) são levadas a velórios; muitos argumentam que é para poupá-las da dor. Isso não pode valer; parte delas cresce sem a noção mais próxima de perda e, despreparadas e insensibilizadas para enfrentar algumas situações nas quais a nossa humanidade desponta, simultaneamente, fraca e forte, perdem força vital.
Por isso, não será estranho se, em breve, tivermos que nos acostumar também com o velório virtual ou, principalmente, como já está começando em países mais “avançados”, o velório “drive thru”: entra-se com o carro, coloca-se a mão sobre o corpo do falecido (enquanto um sensor lê tuas digitais para enviar um agradecimento formal), aperta-se um botão com a oração que se deseja fazer e... pronto, já vai tarde. Parece ridículo? Se não prestarmos atenção, assim será.
Vale o alerta de Gilbert Cesbron: “E se fosse isso perder a vida: fazermos a nós próprios as perguntas essenciais um pouco tarde demais?”


O futuro saqueado

Estamos vivendo um saque antecipado do futuro! Parece alarmista ou, até, piegas, mas continuamos esboroando e furtando as condições de existência para as próximas gerações depois da nossa. Essa é uma situação inédita, pois, durante toda a trajetória evolutiva e histórica da espécie, a grande preocupação de qualquer comunidade humana vinha sendo garantir a continuidade e a melhoria das estruturas de manutenção da vida para os descendentes.
A questão central nesse saque não é exclusivamente a materialidade da situação, isto é, a degradação do meio ambiente e dos recursos naturais, dado que, ainda que de forma incipiente, disso estamos cuidando.
O fulcro da problemática é, isso sim, os adultos admitirmos e promovermos o apodrecimento da esperança nas novas gerações. A elas vimos negando o futuro e, com facilidade, ouvem de nós aterradores prognósticos. (Não haverá futuro! Não haverá emprego! Não haverá natureza!) Também desqualificamos o presente e o passado delas. (Isso não é vida; vocês não sabem brincar! Vocês não tiveram infância! Isso que vocês comem é só porcaria! Isso não é música, é barulho!)
A tudo isso se dá um ar de fatalidade que indica a crença na impossibilidade de alterar essa rota coletiva; por isso, as novas gerações começam a acreditar no mais ameaçador perigo para a convivência gregária e a solidariedade: o individualismo exacerbado. A regra passa a ser a exaltação descontextualizada do carpe diem escrito por Horácio nas suas Odes; deixa de ser um “aproveita o dia”, entendido pelo poeta latino como sinal de equilíbrio e virtude moderadora, e passa a ser um “curta tudo o que puder, no menor tempo possível, pois só há um horizonte: a vida é breve e sem sentido e nada mais nos resta a não ser o momento”...
Não é casual que haja um aumento desproporcional de jovens (cada vez com menos idade) que desvalorizam a vida, começando pelo desprezo pela própria integridade física e mental; são vítimas fáceis das drogas fatais e do álcool sem medida, proporcionadores de felicidade (ou fuga) momentânea. Claro, desse modo, sem futuro, o presente fica insuportável; o grande Dostoievski escreveu em O idiota que “não foi quando descobriu a América, mas quando estava prestes a descobri-la, que Colombo se sentiu feliz”.
Vive-se, além de tudo, uma sociedade consumista, na qual a mínima possibilidade de sentido fugaz encontra-se na posse, mesmo que circunstancial, de objetos que são anunciados como sendo os portadores do segredo da felicidade. Crianças bem pequenas perderam a capacidade de brincar sozinhas, com um maravilhoso universo imaginativo e abstrato, no qual nada material precisava adentrar; agora, elas têm “necessidades” inseridas nelas pela nossa inteligência adulta e veiculadas por uma mídia que nem sempre se preocupa com o papel formador que desempenha.
Há uma estonteante presentificação do futuro que pode seqüestrar a compreensão da vida como história e processo coletivo, fazendo, por exemplo, parecer que, como o terceiro milênio ocidental recém-iniciado, ele será todo vivido e passado já; fala-se no terceiro milênio como se ele fosse esgotar-se nas próximas décadas.
Não dá para supor um eterno presente; mesmo o fictício Dorian Gray, com o quase perene retrato, pagou caro pela sua ganância vital; nessa obra, Oscar Wilde fez aviso premonitório para quando algumas máscaras caírem: “As crianças começam por amar os seus pais; quando crescem, julgam-nos; algumas vezes, perdoam-lhes”.

A mídia como corpo docente

As sociedades ocidentais contemporâneas transferiram, pouco a pouco, os cuidados com as crianças das famílias para as escolas; a formação e informação cognitiva, moral, sexual, religiosa, cívica etc., passou a ser entendida como uma tarefa essencial do espaço escolar, em substituição a uma convivência familiar cada vez mais restrita em qualidade e quantidade.
Por isso, quando nos aproximamos do início do ano letivo, não são só as aulas que chegam; na prática, é a entrada ou reentrada da nossa infância e adolescência no território que se supõe seja o mais adequado para elas estarem (“em vez de ficarem nas ruas ou shoppings”...). Há, assim, uma crescente sacralização do espaço escolar como sendo um lugar de proteção/formação/salvação e, por conseqüência, uma maior responsabilização das educadoras e dos educadores na guarida das gerações vindouras; no entanto, essa responsabilização beira a culpabilização, como se a escola e os profissionais nela presentes tivessem, isoladamente, o exclusivo dever de dar conta de toda a complexidade presente na educação da juventude.
É preciso, porém, observar um fenômeno que explodiu nos últimos 20 anos: uma criança dos centros urbanos, a partir dos dois anos de idade, assiste, em média, três horas diárias de televisão, o que resulta em mais de 1.000 horas como espectadora durante um ano (sem contar as outras mídias eletrônicas como rádio, cinema e computador); ao chegar aos sete anos, idade escolar obrigatória, ela já assistiu a mais de 5.000 horas de programação televisiva. Vamos enfatizar: uma criança, no dia em que entrar no Ensino Fundamental, pisará na escola já tendo sido espectadora de mais de cinco mil horas de televisão!
Quando pensamos no campo da formação ética e de cidadania, os problemas na educação brasileira não são, evidentemente, um ônus a recair prioritariamente sobre o corpo docente escolar; há um outro corpo docente não-escolar com uma estupenda e eficaz ascendência sobre as crianças jovens.
Cinco mil horas! Imagine-se a responsabilidade daqueles e daquelas que produzem as programações e as publicidades! Pense-se no impacto formativo sobre os valores, hábitos, normas, regras e saberes que os profissionais dessa área de mídia têm sobre os infantes e sobre a chamada “primeira infância, época na qual uma parte do caráter permanente da pessoa se estrutura!
É claro que isso obriga também aos que lidam com educação escolar rever os objetivos e a metodologia de trabalho; afinal, crianças pequenas não chegam mais à escola sem alguma base de conhecimento e informação científica e social, dado que têm outras fontes de cultura no cotidiano. Entretanto, essa constatação não desobriga a mídia a pensar e repensar o seu papel social: valores discricionários, erotização precoce, consumismo desvairado, competição e não cooperação, individualismo etc., podem estar sendo “ensinados” sem que os na mídia envolvidos dêem conta disso.
Vale, por isso, lembrar o que, em 1980, nos contou Adélia Prado em Cacos para um vitral (com seu estilo simuladamente ingênuo e deveras percuciente), descrevendo uma cena familiar noturna em uma sala em pequenina cidade das Minas Gerais, quando fictícios personagens de novela borrifavam seus efeitos concretos na vida real: “Anselmo Vargas beijava Sônia Margot na novela das sete. O menininho de Matilde pediu: mãe, muda o programa. Meu pintinho fica ruim”...

Saudável loucura

Todo ano é a mesma coisa: o carnaval se aproxima e muitas pessoas começam a reclamar sem parar. Com impulsos rabugentos e veleidades moralistas, murmuram pelos cantos ou em voz alta contra a alegre ociosidade que, neste período e por estas plagas, seduz a maioria dos humanamente mortais.
Aproveitemos a inspiração dos ambientes das passarelas momescas, quando se reinstala um simulacro da nobreza monárquica, e vamos dar passagem à advertência do jovem ensaísta francês do século 18, Marquês Luc de Clapiers Vauvenargues: “Os preguiçosos têm sempre vontade de fazer alguma coisa”.
Os que, como feitores renascidos, se outorgam a tarefa de colocar a todos nos eixos, gritam e alardeiam, com ares doutorais, que o Brasil não tem jeito mesmo! Onde já se viu um país pobre dar-se ao luxo de parar de trabalhar? Já tem muito feriado por aqui e agora continuam suspendendo tudo de útil por cinco dias apenas para ficar dançando e pulando pelas ruas. O que os estrangeiros, gente séria, vão pensar do nosso povo? Carnaval é perda de tempo! É por isso que uma nação assim não vai para frente...
Ora, já somos uma das poderosas economias capitalistas do planeta, sem que a riqueza coletivamente gerada seja adequadamente repartida! Uma nação vai para a frente quando prevalece a justiça cidadã e a paz social, quando há garantia do direito ao trabalho (e, portanto, ao descanso), quando os privilégios exclusivos não são apresentados como conquistas inevitáveis de alguns apaniguados. Uma nação perde tempo quando valoriza o cinismo que acomete fartamente alguns que se preocupam com quantos dias de folga tiram aqueles milhões para os quais sobra muito pouco de vida sã fora do horário de trabalho.
É necessário interromper a lógica que entende o trabalho contínuo e incansável como sendo a única fonte de saudabilidade moral e cívica; é preciso enterrar a estranha racionalidade que entende a capacidade de voltar a trabalhar como sendo o melhor critério de saúde. É comum um adulto internado em um hospital ou adoentado em casa considerar-se sarado apenas quando, após perguntar ao médico se pode voltar ao trabalho, fica por ele “liberado”; por que não perguntar: “Doutor, já estou bom? Já posso voltar a namorar, bailar, transar, jogar?”
Por isso, é claro que não deve ser obrigatório “brincar” ou “pular” o carnaval; o que pode ser feito por todos e todas é, isso sim, dar-se o direito de suspender um pouco o pragmatismo laboral do dia-a-dia e ganhar tempo, em vez de perdê-lo. Tempo de parar para dançar, orar, descansar, divertir, meditar, estudar; seja qual for a escolha, um tempo para si mesmo ou para si mesma. Ócio não é falta do que fazer, mas possibilidade de, nas condições apresentadas, fazer a escolha lúdica do que se deseja, sem constrangimento ou compulsoriedade.
Melhor, nesse caso, respeitar os insanamente saudáveis e cotidianamente produtivos, inscrevendo no pavilhão de algum estandarte precursor a assertiva de Mihai Eminescu (patriótico poeta romeno do século 19, mas nem por isso menos futurista): “As pessoas alegres fazem mais loucuras do que as pessoas tristes, porém, as loucuras das pessoas tristes são mais graves
Afinal, louco não é o povo que pára por quase uma semana para brincar; louco, provavelmente, é o povo que nem pensa em parar...

Se você parar para pensar...

Na correria do dia-a-dia, o urgente não vem deixando tempo para o importante! Essa constatação, carregada de estranha obviedade, nos obriga quase a tratar como uma circunstância paralela e eventual aquela que deve ser considerada a marca humana por excelência: a capacidade de reflexão e consciência. Aliás, em alguns momentos, as pessoas usam até de uma advertência (quando querem afirmar que algo não vai bem ou está errado): se você parar para pensar...
Por que parar para pensar? Será tão difícil pensar enquanto se continua fazendo outras coisas, ou, melhor ainda, seria possível fazer sem pensar e, num determinado momento, ter de parar? Ora, pensar é uma atitude contínua, e não um evento episódico! Não é preciso parar, e nem se deve fazê-lo, sob pena de romper com nossa liberdade consciente. Isso, de uma certa forma, retoma uma séria brincadeira feita pelo escritor francês Anatole France (Nobel de Literatura em 1921, um mestre da ironia e do ceticismo) quando dizia que “o pensamento é uma doença peculiar de certos indivíduos e que, a propagar-se, em breve acabaria com a espécie”.
Talvez pensar mais não levasse necessariamente ao “término da espécie”, mas, com muita probabilidade, dificultaria a presença daqueles no mundo dos negócios e da comunicação que só entendem e tratam as pessoas como consumidores vorazes e insanos. Talvez um pensar mais nos levaria a gritar que basta de tantos imperativos! Compre! Olhe! Veja! Faça! Leia! Sinta! E a vontade própria e o desejo sem contornos? E (ainda lembras?) a liberdade de decidir, escolher, optar, aderir? Será um basta do corpo e da mente que já não mais agüentam tantas medicinas, tantas dietas compulsórias, tantas ordens da moda e admoestações da mídia; corpo e mente que carecem, cada dia mais, de horas de sono complementares, horas de lazer suplementares e horas de sossego regulamentares, quase esgotados na capacidade de persistir, combater e evitar o amortecimento dos sentidos e dos sonhos pessoais e sinceros.
Essa demora em pensar mais, esse retardamento da reflexão como uma atitude continuada e deliberada, vem produzindo um fenômeno quase coletivo: mais e mais pessoas querendo desistir, largar tudo, com vontade imensa de sumir, na ânsia de mudar de vida, transformar-se, livrando-se das pequenas situações que torturam, amarguram, esvaem. Vêm à tona impulsos de romper as amarras da civilidade e partir, célere, em direção ao incerto, ao sedutor repouso oferecido pela irracionalidade e pela inconseqüência. Desejo grandão de experimentar o famoso “primeiro a gente enlouquece e, depois, vê como é que fica”... Cansaço imenso de um grande sertão com diminutas veredas?
Quando o inglês (nascido na Índia...) George Orwell, no final dos anos 40 do século passado, publicou a obra 1984 - uma assustadora utopia negativa quanto ao futuro das sociedades, nas quais não haveria liberdade, individualidade e privacidade - despontou no Ocidente um disfarçado e ansiado consenso (apoiado em uma simulada expectativa): tudo aquilo que ele colocara no livro jamais poderia acontecer e nem se relacionava com o porvir do mundo capitalista. No entanto, a macabra história sobre uma sociedade totalitária vai além de fatos abstratos e atinge hoje, em cheio, o terreno da mercadolatria; Orwell disse que, numa sociedade como a que prenunciou, “o crime de pensar não implica a morte; o crime de pensar é a própria morte”.
Pouco importa, dado que ser humano é ser capaz de dizer não ao que parece não ter alternativa. Apesar dos constrangimentos e da tentativa de seqüestro da nossa subjetividade, pensar não é, de fato, crime e, por isso, claro, não se deve parar...

Enquanto há vida...

Temos hoje um razoável consenso: os tempos estão terríveis, difíceis, complicados; partilhamos uma época de grande intranqüilidade espiritual, de inúmeros padecimentos físicos, de infindos distúrbios existenciais, de profundos dilemas morais. Cabe, porém, uma questão: alguma vez não foi assim? Levando em conta que todo e cada ser humano sempre viveu na era contemporânea, em qual delas não teria valido, então, o alerta de Guimarães Rosa de que “viver é muito perigoso”?
No entanto, resistimos! A esperança é um princípio vital, expresso na sábia e verdadeira constatação comum de que “enquanto há vida há esperança”; mesmo face às mais (aparentemente) intransponíveis circunstâncias achamos possível ser de outro modo, inventamos e reinventamos alternativas, recusamos a possibilidade de as realidades nos dominarem,e,sem cessar,sonhamos com o mais e o melhor. Em princípio, como para outros animais, as memórias das inevitáveis e sofridas (mas não exclusivas) experiências cotidianas deveriam nos deixar como legado o medo da repetição, o temor cauteloso pelo retorno da sensação ruim e, até, um impulso em direção ao desalento. Contudo, de novo, resistimos!
É por isso que, em pleno Renascimento (sempre renascimento...) do século 16 ocidental, o magistral Michelangelo dizia que “Deus concedeu uma irmã à recordação, e chamou-lhe esperança”. Essa idéia foi retomada no século 19 pelo dramaturgo francês Victor Hugo - não por acaso um dos expoentes máximos do Romantismo - que afirmava ser “a esperança uma memória que deseja”; e, ainda, na obra Os miseráveis, o mesmo autor nos instiga, afirmando que “julgar-se-ia bem mais corretamente um homem por aquilo que ele sonha do que por aquilo que ele pensa”.
Sonho aí não significa, claro, devaneio inútil ou delírio; sonho nessa acepção é o lugar do não-pronto, mas, desejado, ansiado, querido. Nessa direção, também o Oriente nos socorre com a milenar inspiração que anima os escritos de Zhou Shuren (mestre da moderna literatura chinesa, conhecido pelo pseudônimo literário Lu Xun); escreveu ele que “a esperança não é nem realidade nem quimera; ela é como os caminhos da terra: sobre a terra não havia caminhos; eles foram feitos pelo grande número dos que passam”.
O dinamarquês (depois naturalizado norte-americano) Jacob Riis (considerado o primeiro fotojornalista) dedicou sua arte na transição do século 19 para o 20 a escancarar a magnitude dramática da pobreza urbana; publicou centenas de fotografias daqueles que Victor Hugo imortalizara como miseráveis, mas plenos de esperança. O fotógrafo consignou a humana capacidade de não desistir em uma belíssima imagem, ao dizer que “quando nada parece ajudar, eu vou e olho o cortador de pedras martelando sua rocha talvez cem vezes sem que uma só rachadura apareça. No entanto, na centésima primeira martelada, a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela a que conseguiu, mas todas as que vieram antes”.
Os excessivamente pragmáticos (ou corretamente chamados de idiotas da objetividade) diriam ser esta uma concepção piegas; são esses, com muita probabilidade, incapazes de compreender a esperança como produtora de futuro e aniquiladora da dureza do existir. Assim, não perceberiam a profunda beleza contida na lenda atribuída ao, também cortador de pedras, Michelangelo. Ao ser perguntado sobre como fizera a escultura de Davi (com quase 4,5 metros em um só bloco de mármore, guardada na Academia de Belas Artes de Florença), ele disse: “Foi fácil; fiquei um bom tempo olhando o mármore até nele enxergar o Davi. Aí, peguei o martelo e o cinzel e tirei tudo o que não era Davi”...


quinta-feira, agosto 16, 2012

E a Vida?

Tem um sentido a minha vida? A vida de um homem tem sentido? Posso responder a tais perguntas se tenho espírito religioso. Mas, se fazer tais perguntas tem sentido? Respondo: “Aquele que considera sua vida e a de outros sem qualquer sentido é fundamental infeliz, pois não tem motivo algum para viver”. Albert Einstein
Quando me dou à chance de apreciar o profundo do infinito e vê o brilho das estrelas, então, pergunto a mim mesmo:
Quem sou eu? Para onde vou? Porque estou aqui?
O que é a vida? Que mistério habita por detrás das coisas?
Quem nunca se fez essas perguntas?
E por que as fazemos? Onde pretendemos chegar com tais questionamentos?
Essas perguntas lançam o fundamento da condição humana por querer encontrar o sentido da vida. Isso Porque a própria vida nos seduz a indagar, sobre seu profundo segredo.
Não resta dúvida de que este é um tema de pré-ocupação humana; visto que sempre será um ser desejoso de saber sobre sua própria realidade existencial.
O anseio por encontrar o sentido desse conjunto de fenômenos, que ativa e compõe todo nosso arranjo existencial, tem sido uma constante quase que incansável dos mortais.
Desde o surgimento da consciência qual trouxe iluminação ao entendimento humano o homem se põe a inquirir sobre quem ele é, e do por que existe. Nesse afã, Formulam-se diferentes conceitos e teses das mais controvertidas são elaborada, no esforço de elucidar esse mistério, que é o maior patrimônio do ser humano, a sua vida.
As formas como as pessoas compreendem e elaboram os conceitos sobre o sentido da vida e o aproveitamento que se tributa cada um desses conceitos, depende do grau como cada pessoa trabalha e aceita a questão da vida.
Todavia nesse contexto o que importa mesmo é a vida, pois o viver é o que existe de mais significante, de mais sublime e nobre dos atos existentes.
Por isso, toda forma de vida é digna de atenção.
A vida é muito mais do que mera consorciação de fatos sucessivos interligados e inseparáveis que se evidencia plena de manifestações maturais.
Cientistas, religiosos, filósofos, psicólogos, antropólogos, teólogos e outros estarão sempre envolvidos e continuamente atraídos em conjeturar essa que é mais importante de todas as artes: a arte de viver.
Poetas como Fernando Pessoa (1888-1935) incluirão fundamentos à centralidade da vida na composição de seus escritos.
“A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio ou como um passo na alfombra de um quarto que jaz vazio”.
Como um grande quebra cabeças, faremos observações sucedidas de indagações aqui, ali e acolá. Até que se descubra a montagem desse inextricável e misterioso fenômeno denominado vida. Entretanto, ela sempre se imporá como um grande segredo e desafio.
Se a vida nos impõe um veredicto, pelo menos temos o direito pensá-la e de questioná-la. É o que nos propõe Carl Gustav Jung (1875-1961): “O sentido de minha existência é que a vida me coloca uma questão. Ou inversamente, ou sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta, caso contrario estarei reduzido à resposta que o mundo me der”.
Se a existência nos impõe sua forma de ser, resta-nos como direito o poder de investigá-la, julgá-la e depois de inquirira-la temos o direito de ficarmos com aquele conceito que melhor julgamos corresponder nossa compreensão do sentido da existência com metáforas ou não. Então podemos, devemos conjeturar, e ninguém pode nos impedir de desconfiar do sentido da vida.
Daí, mais uma vez me ponho à pergunta.
O que dá sentido a vida?
A vida tem sentido?
Somos nós que damos sentido à vida?
Ou o sentido da vida é o prazer de viver a própria vida?
Embora as respostas a essas perguntas não se processam tão simplesmente, não raro vemos pessoas de todos os níveis sociais, e culturais pondo a si mesmas, essas questões. Desde o simples bate-papo de bar entre amigos, até a dialética nos altos círculos acadêmicos.
Dada a pertinência do assunto e do fundamento que se propõe o tema, muitos tratados metafísicos e científicos são cuidadosamente refletidos, e outras abordagens filosóficas são elaboradas para por esclarecimento nessa questão que não tem fim.
Reservei aqui um instante para expor o que algumas brilhantes mentes da historia pesavam e pensam a respeito do sentido da vida. Quem sabe que algumas dessas reflexões possam aclarar nossa maneira de vê e sentir a vida.

Thomas More (1477-1535) ao escrever “a utopia”. Deixa saltar o arquétipo que o humano tem por uma melhor qualidade de vida em sociedade que abranja a todos numa sociedade recíproca.
Muitos séculos antes de More, Platão (429-347) a.C. Em a República desenvolvera uma concepção de que numa sociedade regida com participação dos pensadores da vida produziria equilíbrio, disciplina, progresso, ética e saúde moral.
Diógenes (413-324)a.C conceituou Que para o humano se prevenir dos contrastes da vida deveria menosprezar as posses materiais como estigma da libertação do mundo exterior.
Em Cândido, Voltaire (1694-1778) Põe a vida como traumática, imprevisível, irônica e com a presença do dualismo das esferas do bem e do mal.
Até para estadistas como Napoleão (1769-1821), os atos humanos dentro da vida se tornam objeto de aprendizagem: “a vida do homem é como um espelho onde se pode ler e orientar-se com o máximo proveito”.
Para Einstein (1879-1955) a vida é validada quando dinamizada com atos de serviço recíprocos devotados aos nossos semelhantes, “Somente uma vida consagrada aos demais é digna de ser vivida”. Já Gandhi (1869-1948) considerou que a vida é nobre demais para se render diante dos infortúnios ameaçadoras impostos a ela: “A vida persiste sempre no meio da destruição. É a prova de que há uma lei de vida, superior a da destruição. E é o que torna inteligível a ordem da sociedade; é o que torna a vida digna de ser vivida. O médico e filósofo Albert Schweitzer (1875-1965) entendia que a acolher á vida do modo como ela se manifesta; constituísse numa consciência responsável e de respeitabilidade com projeto da própria vida: “A reverencia pela vida é o primeiro ato de manifestação consciente da vida em face de si mesmo”.
O ex-líder Soviético, Mikhail Gorbatchev (1931-) enfatiza que a vida tem o ofício de um grande mestre cuja função, além de outras, é sempre ensinar a todos seus aprendizes que estão dentro dela: “somos todos estudantes e nosso professor e a vida”. Soren Kierkegaard (1813-1855) coloca que para se entender a vida não basta perscrutá-la como uma disciplina quaisquer, mas estimá-la. E compreendê-la como uma projeção de acontecimentos instalados em movimento dentro da historia com passado e futuro. “A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mais só pode ser vivida olhado-a para frente”. Para o pacifista e defensor os direitos civis e Nobel da paz 1964, Martin Luther King (1929-1968) a vida é enriquecida ao se fazer dela um modo fraterno para integração com todos. “Se não soubermos viver todos juntos como irmãos, pereceremos juntos como idiotas”. O romancista e contista russo Leon Tolstoi (1828-1910) argumentou que a ordem da vida não se dá ao acaso, de modo aleatório mais que existe uma força sobremodo suprema executando as suas mais simples ações. “A vida neste mundo corre segundo a vontade de Alguém, alguém executa ações especiais sobre tudo o que vive neste mundo e toca as nossas vidas. Esse Alguém que executa essas coisas é Deus”.
Jesus Cristo, a maior referencia de vida para o cristianismo, pôs-se a si mesmo, como centro essência e plenitude da vida para a humanidade: “Eu Sou a ressurreição e a Vida”. O cantor Gonzaguinha (1945-1991) interpretava uma musica intitulada: O que é o que é? E nela ele expõe de maneira empírica e metafísica o movimento da vida e suas nuanças. Selecionamos alguns trechos da letra para nossa reflexão.
“Viver e não ter a vergonha de ser feliz cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz; ah, meu Deus, eu sei, eu sei, que á vida devia ser bem melhor e será. Mais isso não impede que eu repita, é bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é diga lá meu irmão...
Ela é batida de um coração? Ela é uma doce ilusão? Ê ô. Mais e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento? Ela é alegria ou lamento? O que é o que é meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo, é uma gota no tempo que não dá um segundo, há quem fale que é um divino mistério profundo, é sopro do Criador numa atitude repleta de amor. “Você diz que é luta e prazer, ele diz que a vida é viver, ela diz que melhor é morrer, pois amada não é, e verbo é sofrer”. E outra parte diz:” Somos nós que fazemos a vida como der puder ou quiser sempre desejada, por mais que esteja errada ninguém quer a morte, só saúde ou sorte e pergunta roda a cabeça agita “.
Esta letra remonta os conceitos e opiniões que sintetiza a vida, e é uma evocação ao sentido do viver com todas suas atribuições comuns. Nela o autor, de modo prosaico, se põe a especular à vida e insinua que ela por mais que tenha equívocos, contradições e incoerências possui em sua estrutura uma beleza que só ela como vida pode oferecer. Por isso ele diz: “E vida é bonita, e é bonita!”. A vida também passa rápido como ele coloca: “Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo, é uma gota no tempo que não dá um segundo”; diz nosso saudoso cantor. E Moisés em sua oração definiu a brevidade da vida: ”Setenta anos é o tempo de nossa vida, oitenta anos se ela for vigorosa; e a maior parte deles é fadiga e mesquinhez, pois passam depressa e nos voamos”. A passagem de cada indivíduo, de cada geração é breve, sem dúvida, mas pode deixar traços que não se apagarão. Albert Jacquard
A vida terrenal é como uma estrada que sempre tem um fim. Aqui quero completar esse pensamento com um trecho da letra de outra musica chamada “Aquarela” do cantor e compositor Toquinho (1947) que diz: “Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar, vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim descolorirá”. A vida concreta (terrenal) um dia vai passar como o descolorir de uma pintura. Nesse caso falamos de algo que tem o nome de morte. Contudo, E A PERGUNTA RODA E A CABEÇA AGITA! E DE NOVO SURGE À PERGUNTA. E A VIDA?


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quarta-feira, agosto 15, 2012

Maquiavel-Resenha Critica

“O PRÍNCIPE”

Nicolau Maquiavel, considerado o fundador do pensamento e da ciência política moderna escritor, historiador e consultor político nasceu em Florença em 1469, e faleceu em 1527. Foi secretário de chancelaria de Florença e desempenhou várias missões diplomáticas. Tornou-se conhecido por fazer a apologia que um governante poderia ser cruel e fraudulento para obter e manter a superioridade sobre outros.
Com a vitória dos Médicis, em 1512, teve de abandonar suas funções. Em 1513 começou a escrever sua obra “O PRINCIPE”, e a dedicou ao Magnífico Lourenço de Médici. Sendo um dos admiradores mais famosos Napoleão Bonaparte, que tinha o livro "o Principe" como de cabeceira.
Considerada como a literatura mais discutida e lida de todos os tempos. Escrito na Itália numa época em que a nação encontrava-se completamente fragmentada, dominada pela influência dos Estados e dos exércitos estrangeiros, marcada por conflitos. O objetivo de Maquiavel foi aconselhar a conquista do poder, como manter o monopólio, aumentar e não perder o poder, objetivando sempre o Estado, a conquista do império, pois para ele, os fins justificam os meios. Sua base Argumentativa é a de que única forma cabal de se conseguir a sustentação do poder sobre uma nação conquistada é destruí-la completamente, tratando-se sempre de seus sistemas políticos, para que não restem nela indivíduos com suficiente força para questionarem o poder recém conquistado.
Segundo os ensinamentos de Maquiavel, os que almejavam ao cargo de príncipe deveriam estar munidos de astúcia, além de muito preparo intelectual para saber enfrentar os desafios que sobrevém de tal conquista. Maquiavel nos ensinou e ensina a compreender atitudes e modos de governo, e enxergar as manobras feitas pelos governantes que muitas não percebemos, mas que ja era conhecida por ele no século XVI.
Relata ainda que segundo seus estudos quando um principado é tomado por um aspirante a príncipe virtuoso, este tem uma grande desafio para conquista-lo mas uma relativa facilidade em mantê-lo, pois segundo Maquiavel o seu maior desafio será o de introduzir as novas disposições e sistemas de governo sobre o qual se fundamentará o novo Estado. Isso se dá por que encontrará fortes inimigos nos beneficiados pelo antigo sistema e aliados muito fracos para apoiá-lo, haja vista que apenas agora começam a estabelecer certo poder em relação dos benefícios recentemente proporcionados...





sábado, agosto 11, 2012

Friedrich Nietzsche - Humano, Demasiado Humano

Escrito por Nietzsche em 1878, Humano, demasiado humano é uma reflexão do pensamento moderno, e marca o rompimento de Nietzsche com o romantismo de Richard Wagner e o pessimismo de Arthur Schopenhauer.


Nietzsche questiona os modismos de sua época buscando
Situar uma ligação entre o passado bárbaro da humanidade e o estado em que se encontra o pensamento filosófico, científico e religioso do século XIX, procurando hipóteses de um progresso da humanidade pós-moderna.
Nesta obra Nietzsche desenvolve seu pensamento filosófico enfatizando temas como metafísica, moral, religião, arte, literatura, amor, política e relações sociais de modo claro refletindo sobre as coisas primeiras e derradeiras, analisando a história dos sentimentos morais que atravessaram os séculos da história humana, criticando e recriminando a vida religiosa do homem, descrevendo os sentimentos e a vivência dos artistas e dos escritores, examinando o homem e suas atitudes e pensamentos em sociedade, e descrevendo a história e a função do Estado.
Com muitos aforismos a obra possui nove capítulos (638 subcapítulos) incluindoo prefácio e poslúdio ; “é um livro de história, sem ser história; é um livro de filosofia, sem ser preferencialmente filosofia; é um livro de vida, vida espiritual, vida intelectual, vida racional, vida presente, vida humana”.
Nietzsche que vivia em conflito consigo mesmo e com a sociedade, e sem dúvida Humano, demasiado Humano é uma obra que merece uma leitura atenciosa e grande reflexão. É um livro para espíritos livres como diz Nietzsche.
Abaixo trechos extraídos de Humano, demasiado Humano

...eis o que há de ruim e doloroso na história do grande livramento.É , ao mesmo tempo, uma doença, que pode destruir o homem, essa primeira irrupção de força e vontade de autodeterminação, de valoração própria, essa vontade de vontade livre: e quando de doença se exprime nos selvagens ensaios e excentricidades com que se livrou, o liberado, procura doravante demonstrar seu domínio sobre as coisas!Ele ronda cruelmente, com uma cupidez insatisfeita; o que ele pilha tem que pagar pela perigosa tensão de seu orgulho; ele estraçalha o que o atrai.Com um riso maldoso ele revira o que encontra encoberto, poupado por alguma vergonha:ensaia como seria o aspecto dessas coisas quando viradas no avesso.É arbítrio e gosto pelo arbítrio, se talvez ele dispensa agora seu favor ao que até então tinha má reputação-se ele, curioso e inquisidor, se esgueira ao redor do mais proibido.No fundo de sua agitação e errância-pois ele é intraquilo e sem rumo em seu caminho como em um deserto-está o ponto de interrogação de uma curiosidade cada vez mais perigosa."Não se pode desvirar todos os valores?E bom é talvez mau?E Deus apenas uma invenção e refinamento do diabo?É talvez tudo, no último fundo, falso?E se somos os enganados, não somos também enganadores?"-tais pensamentos o conduzem e seduzem, cada vez mais adiante, cada vez mais além.A solidão o rodeia e enrodilha, cada vez mais ameaçadora, mais sufocante, apertando mais o coração, aquela terrível deusa e mater saeva cupidinum-mas que sabe, hoje, o que é solidão?...


“Nós nos importamos com a boa qualidade dos homens, em primeiro lugar porque ela nos é útil, em seguida porque queremos dar-lhes alegria (os filhos aos pais, os alunos aos professores e em geral as pessoas de benévolas a todas as outras pessoas). É somente quanto a boa opinião dos homens é importante para alguém, abstraindo a vantagem ou seu desejo de agradar que falamos de vaidade.
Neste caso, o homem quer dar prazer a si próprio, mas à custa dos outros homens, seja levando-os a ter uma opinião falsa a respeito dele, seja aspirando a um grau de “boa opinião”, em que esta tem de se tornar penosa para todos os outros (provocando inveja). O indivíduo quer geralmente, por meio da opinião dos outros, certificar e fortalecer diante de seus olhos a opinião que tem de si; mas o poderoso respeito pela autoridade – respeito tão antigo quanto o homem – leva muita gente também a apoiar na autoridade sua própria confiança em si, portanto a só aceitar de mão de outrem: acreditam mais no critério dos outros do que no próprio. O interesse por si próprio, o desejo de se satisfazer alcançam no vaidoso um tal nível que ele induz os outros a uma falsa estima de si falsa, demasiado elevada, e depois se fia, não obstante, na autoridade dos outros: desse modo provoca o erro e, contudo, lhe dá crédito. É preciso, portanto, admitir que os vaidosos não querem agradar tanto a outrem quanto a si próprios e que chegam ao ponto de com isso descurar seu proveito; pois, muitas vezes importa-lhes suscitar em seus semelhantes disposições desfavoráveis, hostis, invejosas, em decorrência desvantajosas para eles, apenas para terem satisfação de seu eu, o contentamento de si.”

quarta-feira, agosto 08, 2012

Uma síntese sobre o que é Ceticismo

O Ceticismo é o princípio do constante questionamento.
O termo Ceticismo é de origem grega proveniente do verbo sképtomai, designando “olhar à distância", "examinar", "observar" é o princípio que afirma que não se pode obter nenhuma certeza absoluta a respeito da verdade, o que implica numa condição de questionamento permanente do que pode se nomear como verdade. Criado na Grécia Antiga por Pirro de Élis (filósofo grego), esta filosofia rejeita qualquer tipo de dogma (afirmação considerada verdadeira sem comprovação). O Ceticismo é o princípio do constante questionamento. De acordo com os céticos, todo conhecimento é relativo, pois depende da realidade da pessoa que o possui e das condições do objeto que está sendo analisado. Como a cultura (regras, leis, costumes, visões e mundo, crenças) muda em cada período histórico, os defensores do ceticismo acreditam ser impossível estabelecer o que é real e irreal ou correto e incorreto. Logo, os céticos defendem a ideia de assumir uma postura de neutralidade em todas as questões, não fazendo julgamentos. Assim, o cético defende a indiferença total.
Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o conhecimento absolutamente verdadeiro; no entanto, é um movimento antigo com muitas variações, e contrasta com a visão de que pelo menos uma coisa é certa, mas se por estar certa queremos dizer certeza absoluta ou incondicional, então, racionalmente, é duvidoso afirmar que se está certo sobre qualquer coisa. O ceticismo filosófico se distingue do ceticismo metodológico no sentido em que o ceticismo filosófico é uma abordagem que nega a possibilidade de certeza no conhecimento, enquanto que o ceticismo metodológico é uma abordagem que submete todos os conhecimentos ao escrutínio, com o objetivo de separar a verdade de afirmações falsas. Copyright educação . Todos os direitos reservados.

terça-feira, agosto 07, 2012

MÍSTICA E MÍSTICO




Mística que quer dizer esta palavra que vem se tornando cada vez conhecida e familiarizada?

Mística tem sua origem na palavra grega mysterion de cuja procedência vem múeim significando compreender o sentido de uma realidade que não é percebida ou revelada. A palavra mística na atualidade refere-se a um conceito utilizado de forma fluida no contexto religioso. Tomada num sentido mais amplo, a palavra mística pode designar realidades ocultas, secretas, misteriosas. E nesse sentido, convém notar que a raiz da palavra mística em grego, é a mesma da palavra mistério.
A palavra mistério pode indicar muitos sentidos. Porém o sentido mais usual sugere algo que foge nosso entendimento racional e ainda aquilo que não podemos entender pela analise comum por ser algo complexo e difícil ao entendimento; por isso nos causa certa perplexidade e arrebatamento transcendente. Contudo o uso corrente da palavra Mística está associada ao ambiente religioso como dito acima e se propõe a um experimento prático de fé que vai muito além dos ritos religiosos e dos dogmas institucionalizados. Nasce de um desejo de encontro com o sagrado, de uma inspiração com a realidade espiritual. Vários signos podem ser utilizados para interagir com o espiritual e de uma forma muito pessoal de acordo com a experiência de fé. Essa experiência não se vincula ao seguimento religioso e institucional que a pessoa faz parte. É um ato espiritual pertencente à liberdade do ser humano, extra qualquer dogma, ritos ou sujeição aos lideres espirituais. Pertence a individuação e a natureza da fé do ser humano.




Da pratica mística nasce o místico, que é aquele que desenvolve sua própria experiência com o mundo espiritual, processando sua profundidade de fé num movimento de abertura continuo na busca de sua relação com o Mistério Sagrado. Essa pratica é sempre dentro das relações estruturais da própria vida e da experiência única que cada um faz nesse movimento em busca da sua profundidade espiritual. Por esta razão, o místico não vive dogmaticamente, nem se nutri da religião institucionalizada. Mais vive do encontro com o sagrado é estabelece sua própria experiência espiritual num ato continuado de fé. E nesse processo de pratica mística, o místico aprende exercer e exerce a celebração da vida . A vida lhe é uma grande celebração e tudo lhe faz encontrar o sentido da própria vida. Todo lugar e momentos são ambientes para celebração da existência e em tudo enxergam uma direção espiritual que lhes fazem fazer leitura do valor da vida em interação com o sagrado. Desde as contradições da vida até os momentos harmônicos. Em tudo tira proveito para seu amadurecimento individual de fé e conexão com a humanidade. Com isso, o místico construí sua própria experiência existencial. Sua prece em direção ao mundo espiritual se configura num processo de dinâmica de interação de vida e de oferta pelo prazer e afeição ao Mistério Sagrado.
A fala do místico pode se impregnar de um sentido romântico que brota do fundo de sua alma porque seu interior vive sedento de uma integração com sua fonte originaria que é o Grande Espírito Criador. No concreto da criação não vê apenas o palpável criado, enxerga muito para além do que pode vê com seus olhos físicos, contempla beleza, aprecia grandiosidade, consegui a experiência desejada de inserir a revelação de Deus em tudo. Não raro é capaz de metáforas para melhor exprimir seu sentimento pelo Criador que tanto ama porque se sente como que umbilicalmente unido Àquele que é a fonte e origem de tudo. Qual nosso cultura chama de Deus.

O místico para traduzir sua experiência de amorosidade com Deus é capaz de expressar-se de forma poética para exteriorizar em palavras seus sentimentos interiores de união e integração com o Mistério Ultimo. É o caso de São João da Cruz (1542-91) grande místico Espanhol que expressa em seus inumeráveis cânticos um amor incondicional para o seu Amado que é Deus.
“Gozemo-nos no amado vamo-nos ver em tua formosura, no monte e na colina, onde brota a água pura entremos mais adentro na espessura e vemo-nos ver em tua formosura”. “As montanhas têm altura, são fartas, largas e forte, cheias de encantos, com flores perfumadas. O amado é, pois para mim, essas montanhas”.
Está é uma característica singular dos místicos a experiência amorosa com o divino com o sagrado pelo caminho do próprio encontro com Amado ( Deus ). Entretanto a experiência com o sagrado dentro da vida não é uma prerrogativa só para os místicos. Más a experiência mística pode larguear mais um pouco as buscas do aprofundamento da fé pelo espiritual. Parece indicar e faz sentir na profundidade humana uma atração e desejo de fusão Neste Mistério Maior que reverentemente chamamos de Deus qual nos causa fascínio e atração. Entretanto, o mundo espiritual por ser misterioso causa deslumbramento e atração. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

A VERDADE DIVIDIDA

DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


A Porta Da Verdade Estava Aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Carlos Drummond Andrade

Nasceu em Itabira, pequena cidade do estado de Minas Gerais em 31 de outubro de 1902.
No dia 17 de agosto de 1987 falece o poeta.
Drummond deixa crônicas, obras, contos, poesias e um exemplo de vida a ser seguido por todos nós, onde em palavras ficam os sentimentos pregados que o vento não leva e a vida sempre nos traz “... A cada instante de Amor".


sexta-feira, agosto 03, 2012

TRIBUTO A RENATO RUSSO

Renato Manfredini Júnior - Renato Russo (nome artístico) Nascido no Rio de Janeiro, 27 de março de 1960. Cantor e compositor. Fundador da banda de rock Legião Urbana. Falecido em 11 de outubro de 1996.

Morou, dos 7 aos 10 anos, em Nova York. Retornou para o Brasil j com 13 anos, fixando-se em Brasília. Entre os 15 e os 17 anos enfrentou várias operações e viveu entre a cama e a cadeira de rodas, combatendo uma doença óssea rara chamada epifisiólise. Em 78, inspirado pelo Sex Pistols, Renato formou o Aborto Elétrico, que no vai e vem de integrantes, contou com participações de Fê e Flavio Lemos (depois do Capital Inicial), Ico Ouro Preto e André Pretorius. Em 82 largou o Aborto Elétrico e dedicou-se aos trabalhos solos. Neste período ficou conhecido como "O Trovador Solitário". Quando a lendária "cena de Brasília" já era uma força underground reconhecida, Renato Russo formou a Legião Urbana com Marcelo Bonfá, Eduardo Paraná e Paulo Paulista. Um ano depois, Paraná e Paulista deixavam a banda e entrava Dado Villa-Lobos. Em 84, a Legião Urbana já havia se apresentado diversas vezes em Brasília, de maneira especial apresentou-se em shows no Circo Voador, no Rio de Janeiro e no Napalm, em São Paulo. O sucesso de seus shows levou rapidamente a um contrato com a EMI-Odeon. No primeiro dia do ano seguinte saiu o primeiro álbum, Legião Urbana, que emplacou os hits "Geração Coca-Cola", "Ainda é Cedo" e "Será".
As letras de suas musicas continham um estilo critico e com teor filosófico (no sentido de levar seus fãs, admiradores e simpatizantes a pensar, e questionar) quais ponderavam a situação do regime militar, no país. Renato com suas canções tornou-se um porta voz dos anseios e perspectivas dos jovens brasileiros durante a ditadura usando como instrumento a própria Legião Urbana. Sua perspicácia quanto a isso foi tamanha que falava uma língua que qualquer jovem urbano dos anos 80 podia entender e se identificar com as musicas e letras.
Ainda hoje, após sua morte, Renato Russo mantém-se como um ícone de uma geração que acompanhou o surgimento da Legião Urbana, ainda no começo da década de 80.
Renato morreu devido às complicações causadas pelo HIV em 11 de outubro de 1996, na ocasião com 36 anos.

Discografia

Discos Solo
1994 - The Stonewall Celebration Concert
1995 - Equilíbrio Distante
1997 - O Último Solo (póstumo)
2002 - Série Identidade: Renato Russo
2002 - Para Sempre
2003 - Presente
2004 - O Talento de Renato Russo
2005 - Série Bis: Renato Russo - Duplo

Discos com a Legião Urbana
1985 - Legião Urbana
1986 - Dois
1987 - Que País É Este 1978/1987
1989 - As Quatro Estações
1991 - V
1992 - Música para Acampamentos (coletânea de diversas gravações ao vivo)
1993 - O Descobrimento do Brasil
1996 - A Tempestade (ou O Livro dos Dias)
1997 - Uma Outra Estação (póstumo)
1998 - Mais do Mesmo (coletânea) (póstumo)
1999 - Acústico MTV (gravado ao vivo em 1992) (póstumo)
2001 - Como É que Se Diz Eu Te Amo (gravado ao vivo em 1994) (póstumo)
2004 - As Quatro Estações ao Vivo (gravado ao vivo em 1990) (póstumo)

Abaixo, segue uma pequena coletânea de frases pronunciadas por Renato


Se te lançaram pedras, constrói teu palácio; se ninguém te estende a mão, o céu te abraçará.

Para todo homem, como para toda fechadura, é preciso encontrar a chave certa.

(Renato Russo)
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É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.

(Renato Russo)
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triste coisa é querer bem à quem não sabe perdoar

(Renato Russo)
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quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito, clarisse sabe que a loucura está presente e sente a essência estranha do que é a morte.

(Renato Russo)
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Ainda que eu falasse a lingua dos homens, e falasse a lingua dos anjos, sem amor, eu nada seria.

(Renato Russo)
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Quero ter alguém com quem conversar. Alguém que depois não use o que eu disse contra mim...

(Renato Russo)
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Dos nossos planos é que tenho mais saudade.(Vento no Litoral)

(Renato Russo)
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Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? Tudo é dor... E toda dor, vem do desejo de não sentir-mos dor...

(Renato Russo)
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Dentre os mais dignos predicados de um homem está o de saber dizer a verdade.

(Renato Russo)
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Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roupou nossa coragem? Tudo é dor. E toda dor, vem do desejo de não sentir-mos dor...

(Renato Russo)
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Pecado é provocar desejo e depois renunciar

(Renato Russo)
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E mesmo sem te ver, acho até que estou indo bem.

(Renato Russo)
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Dissestes que se tua voz tivesse força igual a imensa dor que sentes, teu grito acordaria não só a minha casa, mas a vizinhança inteira.

(Renato Russo)
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Através da reflexão conseguimos fazer de nós mesmos nossos próprios psicólogos.

(Renato Russo)
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Será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?

(Renato Russo)
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QUERO TER ALGUÉM COM QUEM CONVERSAR, ALGUÉM QUE DEPOIS NÃO USE O QUE EU DISSE CONTRA MIM.RRUSSO

(Renato Russo)
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Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem.

(Renato Russo)
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O céu já foi azul, mas agora é cinza / E o que era verde aqui já não existe mais

(Renato Russo)
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Aonde está você agora além de aqui dentro de mim?(Vento no Litoral)

(Renato Russo)
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...é só voce que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto...

(Renato Russo)


Mais Uma Vez

Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança

Mas é claro que o sol
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei
Escuridão já vi pior
De endoidecer gente sã
Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam
Que não vale a pena Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança
Renato Russo

Longe Do Meu Lado

Se a paixão fosse realmente um bálsamo
O mundo não pareceria tão equivocado
Te dou carinho, respeito e um afago
Mas entenda, eu não estou apaixonado

A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado

E olha que tentei o meu caminho
Mas tudo agora é coisa do passado
Quero respeito e sempre ter alguém
Que me entenda e sempre fique ao meu lado
Mas não, não quero estar apaixonado.

A paixão quer sangue e corações arruinados
E saudade é só mágoa por ter sido
Feito tanto estrago
E essa escravidão e essa dor
Não quero mais

Quando acreditei que tudo era um fato consumado
Veio a foice e jogou-te longe
Longe do meu lado

Não estou mais pronto para lágrimas
Podemos ficar juntos
E vivermos o futuro, não o passado
Veja o nosso mundo

Eu também sei que dizem
Que não existe amor errado
Mas entenda, não quero estar apaixonado.
Renato Russo]

Mil Pedaços

Eu não me perdi e mesmo assim você me abandonou
Você quis partir e agora estou sozinho
Mas vou me acostumar com o silêncio em casa com um
prato só na mesa

Eu não me perdi o Sândalo perfuma o machado que o
feriu
Adeus, adeus, adeus meu grande amor

E tanto faz de tudo o que ficou guardo um retrato teu

E a saudade mais bonita

Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou
Pobre coração - quando o teu estava comigo era tão
bom.

Não sei por quê acontece assim e é sem querer
O que não era pra ser: Vou fugir dessa dor.
Meu amor, se quiseres voltar - volta não
Porque me quebraste em mil pedaços.
Renato Russo


Quando querem transformar
Dignidade em doença
Quando querem transformar
Inteligência em traição
Quando querem transformar
Estupidez em recompensa
Quando querem transformar
Esperança em maldição:
É o bem contra o mal
E você de que lado está?
Renato Russo

$$$$$$$ Geração Coca-Cola $$$$$$$$$

Quando nascemos fomos programados
Pra comer o que vocês nos empurraram
com os enlatados dos USA
das nove às seis
desde pequenos nós comemos lixo
comercial e industrial
mas agora chegou a nossa vez
vamos cuspir de volta todo o lixo
em cima de vocês!

Somos filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim, que deve ser?
Vamos fazer nosso dever de casa
Aí então, vocês vão ver!
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema
Com as suas leis!
Renato Russo

Quando se aprende a amar,o mundo passa a ser seu.
Renato Russo

Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar...
Renato Russo

O céu já foi azul, mas agora é cinza / E o que era verde aqui já não existe mais
Renato Russo

Nunca, Nunca, Nunca deixe alguém te dizer que aquilo que você acredita é babaquice, que de repente o teu sonho não vai dar certo...
Renato Russo

Às vezes nem me preocupo tanto comigo... Mas há pessoas que amo e não quero vê-las sofrer
Renato Russo

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há.
Renato Russo
Disciplina é liberdade;
Compaixão é fortaleza;
Ter bondade é ter coragem.
Renato Russo

Antes Das Seis
(Legião Urbana)

Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Vem e me diz o que aconteceu
Faz de conta que passou
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Daqui vejo seu descanso
Perto do seu travesseiro
Depois quero ver se acerto
Dos dois quem acorda primeiro
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Quem inventou o amor?
Me explica por favor
Enquanto a vida vai e vem
Você procura achar alguém
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar só com você
Quem inventou o amor?
Renato Russo
Giz
Legião Urbana

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
Pra ser honesto
Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
Está tudo bem, tudo bem...
uh...uh...
Renato Russo

Quem pensa por si só é livre e ser livre é coisa muito séria.
Renato Russo

De tarde quero descansar, chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção

Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo

Quando vejo o mar
Existe algo que diz:
- A vida continua e se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
Renato Russo

Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roupou nossa coragem? Tudo é dor. E toda dor, vem do desejo de não sentir-mos dor...
Renato Russo

Não preciso de modelos

Não preciso de heróis

Eu tenho meus amigos
Renato Russo
Até bem pouco tempo atrás poderíamos mudar o mundo. Quem roubou nossa coragem? Tudo é dor... E toda dor, vem do desejo de não sentir-mos dor...
Renato Russo

Será que você vai saber o quanto penso em você com o meu coração?
Renato Russo
A Carta
Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor
Porque veio a saudade visitar meu coração
Espero que desculpes os meus erros por favor
Nas frases desta carta
que é uma prova de afeição
Talvez tu não a leias mas quem sabe até darás
Resposta imediata me chamando de meu bem
Porém o que me importa
é confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida mais ninguém

Tanto tempo faz,
que li no teu olhar
A vida cor-de-rosa que eu sonhava
E guardo a impressão
de que já vi passar
Um ano sem te ver,
um ano sem te amar
Ao me apaixonar,
por ti não reparei
Que tu tivestes só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu...
Renato Russo

Esperando Por Mim
Acho que você não percebeu
Que o meu sorriso era sincero
Sou tão cínico às vezes

O tempo todo
Estou tentando me defender
Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria
arrogância
Esperando por um pouco de afeição
Hoje não estava nada bem
Mas a tempestade me distrai
Gosto dos pingos de chuva
Dos relâmpagos e dos trovões
Hoje à tarde foi um dia bom
Saí prá caminhar com meu pai
Conversamos sobre coisas da vida
E tivemos um momento de paz
É de noite que tudo faz sentido
No silêncio eu não ouço meus gritos
E o que disserem
Meu pai sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Minha mãe sempre esteve esperando por mim
E o que disserem
Meus verdadeiros amigos sempre esperaram por mim
E o que disserem

Agora meu filho espera por mim
Estamos vivendo
E o que disserem os nossos dias serão para sempre.
Renato Russo

Citações Sobre Educação




"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."
(Nelson Mandela)
"O importante da educação não é apenas formar um mercado de trabalho, mas formar uma nação, com gente capaz de pensar." (José Arthur Giannotti)
"A educação é aquilo que sobrevive depois que tudo o que aprendemos foi esquecido." (Burruhs Frederic Skinner)
"Educar a inteligência é dilatar o horizonte dos seus desejos e das suas necessidades." (James Russell Lowell)
"A boa educação é moeda de ouro, em toda parte tem valor."
(Padre Antônio Vieira)
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." (Paulo Freire)
"Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola."
(Albert Einstein)

"A única coisa que interfere com meu aprendizado é a minha educação."
(Albert Eisntein)
"Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra". (Anísio Teixeira)
"O grande segredo da educação pública de hoje é sua incapacidade de distinguir conhecimento e sabedoria. Forma a mente e despreza o caráter e o coração. As conseqüências são estas que se vê." (Theodore Palmquistes)
"A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto ou fazer atualizar o melhor de uma pessoa. Que livro melhor que o livro da humanidade?"
(Mahatma Gandhi)

"Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos." (Pitágoras)
"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)
"Educação é aquilo que revela ao sábio, e disfarça do tolo, sua falta de entendimento." (Ambrose Bierce)
"O verdadeiro órfão é aquele que não recebeu educação."
(Etienne Bonnot de Condillac)
"O grande segredo da educação consiste em orientar a vaidade para os objetivos certos." (Adam Smith)
"A educação inicia o cavalheiro; a conversação completa-o." (Thomas Fulle)
"A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem."
(Immanuel Kant)
"Não se pode falar de educação sem amor". (Paulo Freire)
"Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação." (Leonel Brizola)
"Educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade." (Voltaire)
"Nascemos príncipes. A educação faz de nós sapos." (Eric Berne)
"Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido."
(Arthur Lewis)
"Se você acha que a educação é cara, tenha a coragem de experimentar a ignorância." (Derek Bok)
"A educação, no sentido em que a entendo, pode ser definida como a formação, por meio da instrução, de certos hábitos mentais e de certa perspectiva em relação à vida e ao mundo. Resta indagar de nós mesmos, que hábitos mentais e que gênero de perspectiva pode-se esperar como resultado da instrução? Um vez respondida essa questão, podemos tentar decidir com o que a ciência pode contribuir para a formação dos hábitos e da perspectiva que desejamos." (Bertrand Russell)
"A felicidade dos povos e a tranquilidade dos Estados dependem da boa educação da juventude." (Emilio Castelar)
"O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele." (Immanuel Kant)
"A educação é para a alma o que é a escultura para o bloco de mármore."
(Joseph Addison)
"Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda." (Paulo Freire)
"Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo." (J. Petit Senn)
"Educar es depositar en cada hombre toda la obra humana que le ha antecedido."
(José Martí)
"A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal." (Friedrich Froebel)
"O importante da educação não é o conhecimento dos fatos, mas dos valores."
(Dean William R. Inge)
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda." (Paulo Freire)
"Educação é o que resta depois de ter esquecido tudo que se aprendeu na escola."
(Albert Einstein)