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terça-feira, agosto 07, 2012

MÍSTICA E MÍSTICO




Mística que quer dizer esta palavra que vem se tornando cada vez conhecida e familiarizada?

Mística tem sua origem na palavra grega mysterion de cuja procedência vem múeim significando compreender o sentido de uma realidade que não é percebida ou revelada. A palavra mística na atualidade refere-se a um conceito utilizado de forma fluida no contexto religioso. Tomada num sentido mais amplo, a palavra mística pode designar realidades ocultas, secretas, misteriosas. E nesse sentido, convém notar que a raiz da palavra mística em grego, é a mesma da palavra mistério.
A palavra mistério pode indicar muitos sentidos. Porém o sentido mais usual sugere algo que foge nosso entendimento racional e ainda aquilo que não podemos entender pela analise comum por ser algo complexo e difícil ao entendimento; por isso nos causa certa perplexidade e arrebatamento transcendente. Contudo o uso corrente da palavra Mística está associada ao ambiente religioso como dito acima e se propõe a um experimento prático de fé que vai muito além dos ritos religiosos e dos dogmas institucionalizados. Nasce de um desejo de encontro com o sagrado, de uma inspiração com a realidade espiritual. Vários signos podem ser utilizados para interagir com o espiritual e de uma forma muito pessoal de acordo com a experiência de fé. Essa experiência não se vincula ao seguimento religioso e institucional que a pessoa faz parte. É um ato espiritual pertencente à liberdade do ser humano, extra qualquer dogma, ritos ou sujeição aos lideres espirituais. Pertence a individuação e a natureza da fé do ser humano.




Da pratica mística nasce o místico, que é aquele que desenvolve sua própria experiência com o mundo espiritual, processando sua profundidade de fé num movimento de abertura continuo na busca de sua relação com o Mistério Sagrado. Essa pratica é sempre dentro das relações estruturais da própria vida e da experiência única que cada um faz nesse movimento em busca da sua profundidade espiritual. Por esta razão, o místico não vive dogmaticamente, nem se nutri da religião institucionalizada. Mais vive do encontro com o sagrado é estabelece sua própria experiência espiritual num ato continuado de fé. E nesse processo de pratica mística, o místico aprende exercer e exerce a celebração da vida . A vida lhe é uma grande celebração e tudo lhe faz encontrar o sentido da própria vida. Todo lugar e momentos são ambientes para celebração da existência e em tudo enxergam uma direção espiritual que lhes fazem fazer leitura do valor da vida em interação com o sagrado. Desde as contradições da vida até os momentos harmônicos. Em tudo tira proveito para seu amadurecimento individual de fé e conexão com a humanidade. Com isso, o místico construí sua própria experiência existencial. Sua prece em direção ao mundo espiritual se configura num processo de dinâmica de interação de vida e de oferta pelo prazer e afeição ao Mistério Sagrado.
A fala do místico pode se impregnar de um sentido romântico que brota do fundo de sua alma porque seu interior vive sedento de uma integração com sua fonte originaria que é o Grande Espírito Criador. No concreto da criação não vê apenas o palpável criado, enxerga muito para além do que pode vê com seus olhos físicos, contempla beleza, aprecia grandiosidade, consegui a experiência desejada de inserir a revelação de Deus em tudo. Não raro é capaz de metáforas para melhor exprimir seu sentimento pelo Criador que tanto ama porque se sente como que umbilicalmente unido Àquele que é a fonte e origem de tudo. Qual nosso cultura chama de Deus.

O místico para traduzir sua experiência de amorosidade com Deus é capaz de expressar-se de forma poética para exteriorizar em palavras seus sentimentos interiores de união e integração com o Mistério Ultimo. É o caso de São João da Cruz (1542-91) grande místico Espanhol que expressa em seus inumeráveis cânticos um amor incondicional para o seu Amado que é Deus.
“Gozemo-nos no amado vamo-nos ver em tua formosura, no monte e na colina, onde brota a água pura entremos mais adentro na espessura e vemo-nos ver em tua formosura”. “As montanhas têm altura, são fartas, largas e forte, cheias de encantos, com flores perfumadas. O amado é, pois para mim, essas montanhas”.
Está é uma característica singular dos místicos a experiência amorosa com o divino com o sagrado pelo caminho do próprio encontro com Amado ( Deus ). Entretanto a experiência com o sagrado dentro da vida não é uma prerrogativa só para os místicos. Más a experiência mística pode larguear mais um pouco as buscas do aprofundamento da fé pelo espiritual. Parece indicar e faz sentir na profundidade humana uma atração e desejo de fusão Neste Mistério Maior que reverentemente chamamos de Deus qual nos causa fascínio e atração. Entretanto, o mundo espiritual por ser misterioso causa deslumbramento e atração. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

Um comentário:

  1. No livro O mecanismo da vida consciente, da Logosofia (ciência auxiliar no conhecimento de si mesmo e na evolução consciente), temos um capitulo sobre A mística como atitude sensível da alma.
    joseaylton@yahoo.com.br

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