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sábado, fevereiro 04, 2017

Nietzsche e o Estado

O Estado é o mais frio de todos os monstros frios; mente friamente e eis a mentira que escorrega da sua boca: ‘ Eu, o Estado, sou o Povo’.” Nietzsche.



O Estado é uma nação politicamente organizada, com o objetivo de regulamentar e proteger os seus cidadãos, através da promoção dos valores democráticos.
Segundo Nietzsche, o Estado foi criado com o fim de supra-valorização da sociedade, com o objetivo da conquista, do poder e de elevar a sua superioridade enquanto sociedade.
O que o levou a equipará-lo a um “monstro frio” que nasce em situações terríveis, contra o povo?

O Estado existe para muitos e devoram indistintamente, os cidadãos. Onde, no Estado, os homens procuram o dinheiro como alavanca que os há de elevar ao poder, de uns sobre os outros, arrastando-os, assim, para o abismo. Pois, o homem não existe para o Estado, mas é este que existe para o homem.

Para além do mais, o Estado identifica-se, aqui, como o Povo, que o representa como uno. Porém, o caráter pluralista da filosofia de Nietzsche impede-o de considerar que o povo seja uma entidade una, ou seja, não se pode identificar a multiplicidade, característica do meio social à unidade do Estado.

Por outro lado, Nietzsche refere que “o monstro frio” é falso e podre; «mente em todas as línguas do bem e do mal; é mentira tudo quanto ele diz e é mentira tudo quanto ele tem».

Nietzsche crítica o Estado. O qual não cumpre as suas “promessas”. E só quem está no Estado, apenas pretende poderio, dinheiro e bens materiais, colocando o interesse pessoal acima do interesse geral, o que contraria a Teoria de Justiça que deveria existir num Estado, em que ‘ o bem coletivo é superior ao bem individual’.

Em segundo lugar, o Estado não poderia ser o povo, na medida em que este não pode administrar um governo, pois, se isso acontecesse o estado era desregrado.
Infelizmente, este “monstro frio” é nosso contemporâneo, o que leva a indagar que nós somos apenas uns primatas a viver impávidos e serenos, num utópico ‘bem-estar’ e que, apenas, contemplamos passivamente tudo aquilo que nos rodeia. Mesmo sabendo que é com a comunicação, com as relações livres entre cidadãos e com a contraposição que o conhecimento se alarga, permitindo um desenvolvimento na sociedade em geral, criando, assim, um bem-estar real . 


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