A capacidade da relação entre promessa e esquecimento é conceituada por Nietzsche,
como a condição de que a capacidade
do homem em fazer promessas é uma ação contraria a própria natureza humana e o esquecimento encontra-se oposto a tal capacidade. A relação
entre promessa e esquecimento
origina-se na construção da memória.
A questão de partida
para a análise desse tema é a ação que se conjetura no ato de prometer, já que a promessa passa
pelo crivo da lembrança,
ela retira do ser humano a competência de esquecer e
instala as primeiras condições do pensamento
causal, pois distingue o casual
do imprescindível, consolidando, portanto, o relacionamento
entre a decisão
da vontade e sua manifestação através da ação. Como efeito, nasce a necessidade
de impedir a ação da força devoradora do esquecimento. Para Nietzsche, o esquecimento
caracteriza-se por ser uma ação afirmativa,
segundo ele,
[...]
esquecer não é uma simples força inercial, como creem os superficiais, mas uma força inibidora ativa, positiva no mais rigoroso sentido,
graças à qual o que é por nós
experimentado, vivenciado, em nós acolhidos não penetra mais em nossa consciência. (NIETZSCHE,
Genealogia da moral 2009a, II. p.43).
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