Translate

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Síntese do Niilismo

“O niilismo está à porta: de onde nos vem esse mais sinistro de todos os hóspedes? - Ponto de partida: é um erro remeter a 'estados de inteligência social' ou 'degeneração filosófica' ou até mesmo à corrupção, como causa do niilismo. Estamos no mais decente, no mais compassivo dos tempos. Indigência, indigência psíquica, física, intelectual, não é em si capaz, de modo nenhum, de produzir niilismo (isto é, a radical recusa de valor, sentido, desejabilidade). Essas indigências permitem ainda interpretações bem diferentes. Mas: em uma interpretação bem determinada, na interpretação moral-cristã, reside o niilismo.” NIETZCHE. O Niilismo _______ A palavra Niilismo (do latim nihil, nada) surge como expressão, na literatura russa “Отцы и дети- Pais e Filhos” De Ivan Turgueniev. Contudo é Dostoievski, que a utiliza para definir o homem como um negador de valores supremos, no entanto na filosofia, Nietzsche, em “A vontade de poder”, pergunta: “Que significa o niilismo?” E responde: “Que os valores supremos estão perdendo o seu valor”. Para Nietzsche, É a negação de uma acepção suprema na expectativa de um significado maior e metafísico para a vida; opondo-se à moral cristã, nega que a vida deva ser conduzida por qualquer tipo de padrão moral tendo em vista um mundo superior. Em “A gaia ciência”, ele descreve o niilismo como “a desconfiança de que há uma oposição entre o mundo em que até há pouco estávamos em casa com nossas venerações. Aqui ele duvida do que no mundo se tem como legitimação na ordem dos valores que orientam o ser humano no sentido de valor ultimo. E ainda em gaia da ciência ele expõe: [...] e outro mundo em que somos nós mesmos: desconfiança inexorável, radical, profundíssima [...] que poderia colocar a próxima geração ante a terrível alternativa: ou vocês abolem as suas venerações ou – a si próprios! A segunda opção seria o niilismo – mas não seria a primeira também niilismo?” Nesse sentido, o niilismo é, a desconfiança e a negação dos valores afirmados como absolutos.

Contudo, o niilismo em condição psicológica pode incidir em três condições, sendo que a primeira se dá ao se procurar um sentido em todo o acontecer que não está contido nele, e nessa procura o animo pode perder o sentido, ou seja, o niilismo faz perceber que todo nosso esforço de vida é “em vão”. A segunda condição se dá quando o homem se põe sob uma totalidade, que alcança uma condição de monismo onde consegue se libertar se tornando senhor de si mesmo, eliminando a necessidade de venerar e divinizar algo. E por fim, após passar por essas duas fases resta como subterfúgio ao homem censurar o mundo do vir-a-ser como engano, e inventar um mundo que esteja para além dele (Transcendente). Todavia, tão logo esse mundo seja instituído, o homem compreende que o fez por mera necessidade psicológica e que não possui direito a ele, e a partir daí o homem se depara na terceira condição do niilismo, que leva o homem a total descrença em um mundo metafísico, levando-o a aceitar a realidade do vir-a-ser como única realidade e impedindo a si a crença em qualquer via dissimulada que o leve a ultra mundos e falsas divindades, o homem então passa a não mais suportar esse mundo, já que descobre que não se pode negá-lo.
Como conceito filosófico faz observar os mais diferentes domínios do mundo contemporâneo em uma ótica de desconfiança. Em si é a desvalorização da supremacia dos valores, a duvida da verdade e a morte do sentido soberano. Os valores habituais são colocados em xeque e os princípios de verdade última e absoluta fica sem seu valor. Agora o novo deve ser buscado.Tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. E conclui Nietzsche “A superfície, antes congelada, As verdades e os valores tradicionais estão sob a desconfiança e sem afetação de valor ultimo e torna-se complexo prosseguir para uma verdade que dê ao ser humano uma segurança de fim. Agora está presente a ausência de um desígnio verdadeiro e ultimo e de resposta ao “porquê”. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

terça-feira, dezembro 11, 2012

Cogitando com Pathos.


Não quero refletir a vida apenas na ótica da lógica sistemática, senão ficaríamos numa interminável dissertação melancólica e pessimista.Nesse caso concordo coma as palavras de Antoine de Saint-Exupéry Autor do Pequeno Príncipe: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”. Quero pensar a vida com o coração. Concordo com Blaise Pascal (1623-1662) que disse: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Então é com o sentimento de fineza como Pascal colocou, quero aqui refletir a vida e do modo como degusto o viver a vida. Vejo o prazer de viver a vida em muitas situações. Permita-me expor, por exemplo, um caso muito pessoal, na ocasião em que vi os nascimentos de meus filhos André (1989) e Andressa (1991) a vida para mim sorriu com forte emoção me oferecendo uma explosão de exultação. Tenho satisfação pela vida quando vejo pessoas que se mobilizam em solidariedade por outras que vivem necessitadas. Sinto correspondência pela vida, quando vejo a capacidade que os humanos possuem de expressar sentimentos com atos fraternos e de reciprocidade. Como foi o exemplo de Betinho o nosso inesquecível Herbert de Souza; que não mediu forças e conseqüências (mesmo morrendo) para ser instrumento de vida para outros na mobilização nacional de combate ao mais algoz inimigo do ser humano, a fome. Usando a palavra “Quem tem fome tem presa”. A vida mostra ser grande e nobre quando ela nos oferta os recursos naturais para a nossa sobrevivência. Ela mesma argumenta conosco mostrando o seu milagre de fazer vir ao mundo uma criança, de fazer brilhar a luz do sol, do ar que respiramos, da chuva que cai regando a terra e da comunhão com tudo que existe.
Senhora e venerável vida, eis minha prece: “És bela, formosa, preciosa. Que nossos lábios te bendigam, e que jamais caiamos na tentação de sermos ingratos a ti; porque és gentil, bendita e benfeitora te todos é de Deus um grande dom". Viver são aqueles momentos de felicidade ou os momentos de tristeza. Viver é sonhar, é ter fome, sede, é sentir canseira e suar, é ver, escutar, apalpar é o cheiro da terra molhada. É feita dos momentos de erro e de acerto; de dúvida e de certeza; Das tentativas e das desistências; do arrependimento e da compunção; É a coragem e o medo; e a emoção e a lagrima; é vento no cabelo, é a constituição biológica, é a química do sangue nas artérias e coração batendo dentro do peito e fazer amor. É nascer, crescer, morrer, ser lembrado ou cair no esquecimento. Ou diluir na poeira cósmica como disse Darci Ribeiro. É dormir, acordar, estudar, trabalhar, brincar, ir vir, ter e não ter, e casar, ter filhos ou não. É o aqui e o agora, é sentir saudade é ter religião, é fé ou incredulidade. É Bondade, maldade ser amado ou detestado é tempo, água, fogo, terra ar. É Cantar, dançar, rir, chorar é ter amigos é ser livre e fantasiar e tomar cerveja com os amigos ou está só.
Inclui, excluir, Possuir, biografia, nome, família é ter um lar é ter uma pátria. A vida está em forma de movimento, possuindo passado presente e futuro com uma dinâmica desafiadora de sua própria construção histórica e verdadeira. Ela tem também relações, com o universo, que também é vivo e em plena evolução e por meio dele nos relacionamos com o Criador da vida. Mesmo que encontremos certas definições ou não, para o que seja o mistério da vida, uma coisa é fato. Ela sempre nos causará fascínio e será sempre a infinita, querida e desejada se fazendo e acontecendo com todas as suas manifestações, e sempre amada. Continuamente haverá quem se dedique ao desafio de refletir o sentido da vida, patrocinados pelo amor à própria vida. Entretanto o importante é fazermos da vida algo significativo e vivê-la de modo que vala apena de modo que ao envelhecer ou já perto da morte possamos ter o prazer de dizer VIVI A VIDA. Vivamos a nossa existência, sempre de modo licito e prazeroso com todos os seres
Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

segunda-feira, dezembro 10, 2012

Morte Aprimoradora da Vida


A busca pela felicidade e a superação da morte são duas questões perseguidas pelo ser humano. Cabe aqui fazer menção da funcionalidade da religião que de modo relevante trabalha a questão da superação da morte nas vias da fé de um modo proeminente considerável para a esperança humana. Entretanto, a questão da morte e de como sobrepujá-la é um anelo da própria essência humana que quer justificavelmente a imortalidade. A sede utópica pela imortalidade sempre será um desejo de perseguição humana. Morte é uma realidade experimental que diariamente nos acerca chegando de modo surpreendente e inesperado envolvendo aqueles que nos cercam. Para o ser humano a morte será sempre trágica, bárbara e impiedosa. Ela é algo que experimentamos com outros que morrem. No nosso caso, ao morrermos, não estaremos conscientes de sua participação; apenas sabemos que dela um dia vamos nos tornar partícipes. A morte implica num mistério de indicação da própria vida. Pois, a vida se nutre da morte. Isso porque a morte faz parte do próprio contexto existencial dos seres.
A vida investe na morte e a morte germina da vida, para que seja ordinariamente vida. Porque a gênese da vida não é aqui no tempo e espaço ela apenas tem sua movimentação no aqui e agora, não findando cá, ela é eternal, e segue seu modo misterioso de ser. A morte em si, é uma razão pra se estimar mais a vida. Para que a vida com a sua curta passagem possa ser vista com generosidade, profundidade, reciprocidade e repleta de sentido e reverência. Morrer é em si certeza da vida e de doação da própria vida. A morte é um começo do sem fim e está na agenda de todo ser humano como única e universal certeza aplicada a todos os portadores da vida.
Ela é a única via para o grande mistério. Sendo assim nos apercebemos que o aqui e agora, se reveste de uma proveitosa estrutura do ser quanto existência continuada pós morte. Na morte também está individuação de cada pessoa ela é um ato de intima singularidade humana, porque mesmo na morte está a presença do sujeito quanto ser. A morte e uma disposição da vida. Não é o cessar de uma existência, mais uma possibilidade de transposição para outro meio de vida. Pois a morte é a extensão da vida; e aqui entra a ação da fé e da transcendência. Morrer no conceito da fé é viver. Viver sem fé é em si a própria condenação a morte. “Porque na linguagem humana a morte é fim de tudo”. Soren Kierkegaard. Mas para a fé a morte é confirmação de vida é garantia de entrada e de continuidade na eternidade. Para uns certeza de ressurreição, para outros é evolução reencarnacionista. Seja como for, quem ama a vida não vive amedrontado com a morte. Pois ela é uma aliada da vida e o passaporte de encontro com o Autor da vida. Por esta causa, São Francisco de Assis (1182-1226) chamou-a romanticamente de “irmã morte”. Na tradição cristã, a morte, é o acesso que fará vê e viver em eterna plenitude e comunhão com o grande Pai e Mãe de todos, Deus.
O problema é que não sabemos vê quão valorosa é a morte. Mais o valor da vida é inestimável. Morte e vida, sempre conflitando, e guerreando. Mas, acabam amistosas, e ambas ajudam os humanos. Todos os humanos precisam da morte como precisam da vida. Sem a relação morte e vida não existe o ser humano. Por isso os humanos em vida recebem o epíteto de mortais. Os humanos sonham com a imortalidade para terem sempre a vida. Vida e morte, morte e vida se fazem amigas para o proveito da família humana. A Morte é componente do próprio Ser Humano, bem como ser humano é membro da própria beleza da vida , e é da vida que se entra na morte.
Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

Conflito Um Benfeitor


“O que foi será o que se fez se tornará a fazer: nada há de novidade debaixo do sol”. Eclesiastes 1,9. __________Hoje tudo foi repetitivo, não houve nada de novo. O que aconteceu, aconteceu como todos os dias ocorrem. Sem novidade. As mesmas coisas se deram sem que pudesse se dizer isso é inovação. Salomão (ou ao menos é atribuído a ele a autoria) é que colocou essa questão metafísica e um tanto Niilista no livro de Eclesiastes. Falamos da vida; esse ciclo repetitivo. Para uns ela é frustração, decepção, abalo. Para outros, celebração, alegria, louvor, emoção, prazer, realização. Para uns é enfretamentos sucedidos por conflitos pertinentes. Mais quem não tem ou nunca teve conflitos, Quem nunca conflitou? Eu vos pergunto quem nunca conflitou? Os repetíeis os quadrúpedes, os minerais os átomos as aves as estrelas esses nunca conflitaram, porque eles apenas existem. Nós conflitamos porque ex-istimos, ou seja, apenas o gênero humano é exclusivo na arte de sair de si mesmo pensando além da sua realidade circunscrita. É o único que ao ver as estrelas pode dizer o que está alem delas? Ele é um ser transcendente . Só ele é antrophos, único no oficio de refletir de se emocionar de explodir em alegria, ou lamentar por algo que lhe angustiar ou lhe enraivece. E desconhecido que algas marinhas ou insetos saibam criar arte barroca. Ou esculpir seus semelhantes em pedra. Não podem escrever o que pensam Apenas o homo sapiens possuiu capacidade de buscar entender seu “eu” e o seu universo. É o único com capacidade de transcendência. Também é impar para questionar, questiona tudo. Isso porque existência lhe propõe estes desafios Sua proposta para refletir, e questionar ante os imensos desafios do mistério da vida, é que o torna conflitante. Ele conflita e se angustia porque é um “eu”. “O eu é uma relação que não estabelece com qualquer coisa de alheio a si , mas apenas consigo mesmo.” Soren Kierkegaard. Um “eu” que quando olha para si, se vê existindo entre o temporal e o eternal. E que se volta para si mesmo buscando sua essência. Por isso a vida é conflitante e quem não conflita desconhece sua plena humanidade e ignora o seu direito de ser gente só gente conflita. Como sou gente me aprazo em conflitar. Os conflitos podem ser frutíferos eles suscitam produtividade, eles caracterizam nossa humanidade, ratos, papagaios, macacos não conflitam. Eis ai a configuração humana a capacidade de por diante de si questões internas e externas, que o fazem julgar ponderar, confrontar e concluir e chegar ao conflito. Nós mesmos nos perguntamos e respondemos a nos mesmos, e nos fazemos novas perguntas, daí indagações vão e vem e como num interminável labirinto procuramos compreender os fatos o mundo e o além do concreto. Esses momentos de conflitos são em si patrocinadores para uma ação de incursão para dentro de nos mesmos. O conflito gera experiência para nossa própria humanidade e produz uma consciência que conduz a um apreço de influxo e fluxo de decisão da vida. As grandes decisões pondem ser urdidos de grandes conflitos que nos induz a tomar as decisões certas por isso os conflitos podem ser benevolentes ao ser humano. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

PENSAR CRITICAMENTE

Eis que o pensador saiu para pensar. E o pensador se, pois a pensar. O pensador de si para si, pensou e aproximou-se dele o próprio ato de pensar. O pensador se aconchegou aos seus próprios pensamentos. Pensamentos e pensador um só se fazem no ato de pensar. Pensamento e pensador se ajustam e um no outro se ajustam. O pensador deu ao pensamento liberdade para pensar o pensamento de livre vontade. Pensamento pensante é que o pensador pensa. O pensador vive do seu pensamento pensante e não do pensamento manipulado. Pensante é o pensamento do pensador. O pensador pensa criticamente. Critico é o pensador ele duvida das certezas. Ele questiona a verdade pronta. O pensador questiona o quem vem pronto de cima para baixo. O pensador não se fecha em velhas estruturas do pensar o óbvio. Pensar é ato da liberdade não pode haver a manipulação do pensamento. Sistemas inteiros manipulam o pensamento humano. Os dogmas com seus preceitos manuseiam o pensar humano. Os ritos podem manipular o pensar. A política pode ardilosamente encabrestar o pensar e ofuscar a o direito humano da sua liberdade pensante. Os meios de comunicação podem canalizar o ato de pensar de modo manipulador, castrador e anestesiador... A heraquização militar pode matar o ato de pensar de seus subalternos. Seguimentos de ensino podem assassinar o pensamento dos educandos. Estruturas de poder podem tentar reprimir e esterilizar o pensar livre e critico. Pensar com liberdade é um direito da alma humana. O ser humano pode ser escravizado, podem mutilar membros de seu corpo, podem prendê-lo em cadeias, mas ninguém pode lhe tirar o maior direito que lhe confere a inserção e liberdade de vida O PENSAR. Ninguém pode mandar em nossos pensamentos e nos tirar esse direito. Jamais adie o ato de pensar o pensar critico e por conta própria. Nem se canse o fazê-lo. Na ação de pensar existe ainda o criar conceitos e não apenas repetir pensamentos prontos e transmitir conceitos. Somos capazes de gerar pensamentos diferentes do comum e habitual. Pensar é também reivindicar, pensar é bradar o ato de liberdade que nos pertence... A atitude critica questionadora e não conformada como as coisas óbvias e prontas são riquezas bem como patrimônios que nos pertence, quais nunca devemos abrir mão pelo ato de pensar e expressar. Morrer em vida é não se dar ao prazer de pensar de modo próprio e critico. A expressão e a valorização do pensamento livre e critico é humanização. PENSAR criticamente e com liberdade é conferir a nós mesmos o prazer e felicidade de ser HUMANO, do Prazer de ser GENTE. René Descartes está certo. PENSO LOGO EXISTO.
Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.