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segunda-feira, dezembro 27, 2010

BULLYING





Significado Do Termo
O vocábulo bullying é proveniente do verbo inglês bully significando empregar a superioridade física para intimidar alguém. A nomenclatura bullying tem sido adotada como denominação para explicar todo tipo de comportamento agressivo, cruel, intencional e repetitivo vinculado às relações interpessoais. As vítimas são os indivíduos considerados mais fracos e frágeis do grupo, quais são transformados em objeto de diversão e prazer por meio de brincadeiras intimidadoras. Essas “brincadeirinhas de mau-gosto” denominadas bullying, podem causar problemas muito sérios. Originam desta brincadeirinha problemas de aprendizagem até os sérios transtornos de comportamento responsáveis por depressão e até suicídios e homicídios entre estudantes.Conseqüências
As conseqüências do bullying são seriíssimas, pois as vitimas poderão padecer os efeitos do seu sofrimento em si mesmos por toda sua vida. Podem desenvolver atitude de insegurança e dificuldade de relacionamento tornando-se pessoas apáticas, retraídas e sem auto-estimaPode contrair o auto-conceito de inútil, descartável. Contrair neuroses, fobia social e, em casos mais graves, psicoses que, em razão dos maus-tratos sofridos, tendem à depressão, ao suicídio e ao homicídio seguido ou não de suicídio. Como já falado acima.

O Bullying Na Escola O Bullying está presente no ambiente escolar trazendo prejuízos as suas vitimas. A escola começa admitir que ela é um local passível de bullying entre alunos. Segundo Profª Amélia Hamze em seu texto abaixo descreve o bullying é uma prática comum entre alunos. Comenta ela: “Os alunos, com uma freqüência muito maior, estão mais envolvidos com o Bullying, tanto como autores quanto como alvos. Já entre as alunas, embora com menor freqüência, o BULLYING também ocorre e se distingue, principalmente, como método de exclusão ou difamação. Até um apelido pode causar desmoronamento na auto-estima de uma criança ou adolescente. Apesar de não sofrerem diretamente as agressões, poderão ficar aborrecidas com o que vêem e indecisas sobre o que fazer. Tudo isso pode influenciar de maneira negativa sobre sua competência de adiantar-se acadêmica e socialmente. O Bullying escolar é assim classificado: alvos de Bullying - são os alunos que só sofrem BULLYING; alvos/autores de Bullying - são os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING; autores de Bullying - são os alunos que só praticam BULLYING; testemunhas de Bullying - são os alunos que não sofrem nem praticam Bullying, mas coexistem em um ambiente onde isso acontece.
Quando não há intervenções eficazes contra o BULLYING, o espaço escolar torna-se totalmente corrompido. Todas as crianças, são afetadas, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Os alunos que sofrem BULLYING, dependendo de suas características individuais e dos meios em que vivem principalmente os familiares, poderão não ultrapassar os traumas sofridos na escola. Poderão quando adultos apresentar sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se indivíduos com sérios problemas de relacionamento. Poderão adquirir, também, um comportamento hostil.Fonte de referência: ABRAPIA Trabalho Docente - Educador - Brasil EscolaA Ação Do Bullying Entre AlunosJá que o Bullying é uma agressão, esse modo agressivo entre alunos assumem formas diversas que vai desde tapinhas na cabeça, empurrões, pontapés, palavras de mentiras para humilhar e colocar a vitima em situações constrangedoras, como o inventar apelidos humilhantes. Em meio a os meninos, o Bullying é feito na forma quase sempre de agressões físicas, agressão verbal e com apelidos.Já as meninas sofrem duas vezes mais de Bullying. Pois tanto os meninos podem hostilizá-las, como ás próprias meninas agressoras costumam inventar boatos mentirosos, ou ameaçarem a espalharem segredos para humilhar a vitima. De acordo com a psicóloga Mara Rabani, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), isso acontece devido ao próprio comportamento das meninas nessa idade. “Elas conversam mais, enquanto os meninos têm mais brincadeiras motoras. Com isso, elas identificam quem são as ‘líderes’ e os ‘patinhos feios’, e fazem mais chacotas”, diz. E, como nessa fase ainda é menina para um lado, menino para o outro, os alvos acabam sendo as outras colegas.O estudo também revelou que o tipo de bullying muda conforme a criança cresce. Varia de referências a características físicas (“orelhudo”, “barrigudo”, “quatro olhos”) a fofocas, chegando à exclusão social. Mara diz que o primeiro tipo é mais frequente entre os menores. E quando a exclusão se torna insuportável? Nesse caso, é comum a criança ter de mudar de escola. Os pesquisadores avaliaram que, entre os alunos entrevistados, 171 alunos foram para outro colégio, sendo que, destes, 9% podem ter sido vítimas de bullying. Verificou-se também que essas crianças tinham poucos amigos e estudavam em classes organizadas de maneira hierárquica.Revista crescerQue Medida Pode Escola Tomar?

Hoje esse é um desafio à escola, que em primeiro lugar, deve conscientizar-se de que esse problema já é considerado como de saúde pública. Para tanto, é necessário que professores quanto aos demais profissionais ligados a unidade escolar estejam a tentos a esse comportamento. De modo a atentam-se para esses sinais por mínimo que seja. Procurando neutralizar essas atitudes dos agressores, bem como auxiliar as vítimas, do Bullying.
Para tanto, é imprescindível adotar determinadas iniciativas preventivas do tipo: aumentar a supervisão na hora do recreio e intervalo; evitar em sala de aula menosprezo, apelidos, ou rejeição de alunos por qualquer que seja o motivo. Também pode promover debates de conscientização sobre as várias formas de violência, respeito mútuo e a afetividade tendo nas relações humanas.
Contudo tais temas precisam fazer parte do hábito escolar como ações não apenas conceituais. Mais como padrões éticos e morais por parte dos próprios educadores. De nada valerá falar sobre a não-violência, se os próprios profissionais em educação usam de atos agressivos, verbais ou não, contra seus alunos.
Características de bullying
Segundo Cleo Fante, no livro “Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz”, os atos de bullying entre alunos apresentam determinadas características comuns:

• Comportamentos deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima;
• Apresentam uma relação de desequilíbrio de poder, o que dificulta a defesa da vítima;
• Não há motivos evidentes;
• Acontece de forma direta, por meio de agressões físicas (bater, chutar, tomar pertences) e verbais (apelidar de maneira pejorativa e discriminatória, insultar, constranger);
• De forma indireta, caracteriza-se pela disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.
Os protagonistas do bullying
A vítima pode ser classificada, segundo pesquisadores, em três tipos:

• Vítima típica: é pouco sociável, sofre repetidamente as conseqüências dos comportamentos agressivos de outros, possui aspecto físico frágil, coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa auto-estima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos. Sente dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente.

• Vítima provocadora: refere-se àquela que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar. Tenta brigar ou responder quando é atacada ou insultada, mas não obtém bons resultados. Pode ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora. É, de modo geral, tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra.

• Vítima agressora: reproduz os maus-tratos sofridos. Como forma de compensação procura uma outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso.

O agressor pode ser de ambos os sexos. Tem caráter violento e perverso, com poder de liderança, obtido por meio da força e da agressividade. Age sozinho ou em grupo. Geralmente é oriundo de família desestruturada, em que há parcial ou total ausência de afetividade. Apresenta aversão às normas; não aceita ser contrariado, geralmente está envolvido em atos de pequenos delitos, como roubo e/ou vandalismo. Seu desempenho escolar é deficitário, mas isso não configura uma dificuldade de aprendizagem, já que muitos apresentam nas séries iniciais rendimento normal ou acima da média.

Espectadores são alunos que adotam a “lei do silêncio”. Testemunham a tudo, mas não tomam partido, nem saem em defesa do agredido por medo de serem a próxima vítima. Também nesse grupo estão alguns alunos que não participam dos ataques, mas manifestam apoio ao agressor.
Como identificar os envolvidos?
De acordo com as indicações de Dan Olweus, psicólogo norueguês da Universidade de Bergen e importante pesquisador sobre o assunto, para que uma criança ou adolescente seja identificado como vítima ou agressor, pais e professores precisam ter atenção se o mesmo apresenta alguns comportamentos:

VÍTIMA

Na escola
• Durante o recreio está freqüentemente isolado e separado do grupo, ou procura ficar próximo do professor ou de algum adulto;
• Na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro ou ansioso;
• Nos jogos em equipe é o último a ser escolhido;
• Apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito;
• Desleixo gradual nas tarefas escolares;
• Apresenta ocasionalmente contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa rasgada, de forma não-natural;
• Falta às aulas com certa freqüência;
• Perde constantemente os seus pertences.

Em casa
• Apresenta, com freqüência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago, tonturas, sobretudo de manhã;
• Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação;
• Regressa da escola com as roupas rasgada ou sujas e com o material escolar danificado;
• Desleixo gradual nas tarefas escolares;
• Apresenta aspecto contrariado, triste deprimido, aflito ou infeliz;
• Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa;
• Apresenta desculpas para faltar às aulas;
• Raramente possui amigos, ou se possui, são poucos os que compartilham seu tempo livre;
• Pede dinheiro extra à família ou furta;
• Apresenta gastos altos na cantina da escola.

AGRESSOR

Na escola
• Faz brincadeira ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil;
• Coloca apelidos ou chama pelo nome e sobrenome dos colegas, de forma malsoante;
• Insulta, menospreza, ridiculariza, difama;
• Faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga;
• Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos;
• Pega materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences dos outros colegas, sem consentimento.

Em casa
• Regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade;
• Apresenta atitude hostil, desafiante e agressiva com pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física;
• É habilidoso para sair-se bem em “situações difíceis”;
• Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém;
• Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem.
Bibliografia indicada
CONSTANTINI, Alessandro. Bullying, como combatê-lo? : prevenir e enfrentar a violência entre jovens. SP: Itália Nova editora, 2004.
CURY, A. J. Pais brilhantes, professores fascinantes. RJ: Sextante, 2003.
FANTE, Cleo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2. ed. rev. Campinas, SP: Verus editora, 2005.
TIBA, Içami. Quem ama, educa! SP: Gente, 2002. Copyright André Assis. Todos os direitos reservados.

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